Soja cai mais de 3% em Chicago nesta 3ª feira com clima melhor nos EUA e despencada de óleo e petróleo
Uma combinação de fatores pesou sobre os preços da soja nesta terça-feira (30) e os futuros da oleaginosa despencaram na retomada dos negócios pós-feriado do Memorial Day nos EUA. Assim, o preços encerram o primeiro pregão da semana com baixas de 36,25 a 41,75 pontos nos principais vencimentos, levando o julho a US$ 12,96, o agosto a US$ 12,19 e o novembro - referência para a safra americana - com US$ 11,53 por bushel. As perdas se estenderam ainda para os preços do milho e do trigo, este último fechando o dia com mais de 4% de baixa.
Segundo explicaram analistas e consultores de mercado, uma melhora considerável esperada para o clima no Corn Belt, aliada a uma nova despencada do petróleo - de mais de 4% - e baixas também muito agressivas entre os futuros do óleo de soja, que perderam mais de expressivos 5% entre as primeiras posições.
O julho fechou o dia com 5,51% de perda e valendo 46,13 cents de dólar por libra-peso; o agosto com 46,26 e queda de 5,4%; o setembro com 46,24 centavos e baixa de 5,2%, e o outubro concluiu os negócios perdendo 5,1% e senod cotado 46,10 cents/lb.
Segundo explica a Agrinvest Commodities, o mercado do derivado foi bastante pressionado pelas baixas também sentidas pelo óleo de palam, o qual refletia as expectativas de maiores estoques malaios do produto. Além disso, a pressão vinha também das baixas muito intensas do petróleo, que tanto no brent, quanto no WTI recuavam de maneira muito intensa.
As perdas no petróleo, de acordo com o que explicam analistas internacionais, vêm com as preocupações em torno do futuro do teto do endividamento norte-americano. "O grande elefante na sala é o drama contínuo sobre o teto da dívida", disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group à Reuters Internacional. "Até conseguirmos os votos, o mercado estará no limite."
As expectativas crescentes antes da nova reunião da Opep (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo), que acontece na semana que vem, também está nos radares, já que poderia trazer mudanças consideráveis em algumas de suas políticas. Os EUA são o maior consumidor mundial de petróleo e a fragilidade atual de sua economia tem mexido não só com este, mas com todos os mercados até que medidas efetivas sobre o endividamento tomem corpo.
Embora um acordo tenha sido alcançado entre democratas e republicanos, formalizá-lo pode não ser "tão simples" assim e sobre isso as expectativas vão se intensificando.
"(O presidente americano) Biden e )o líder dos republicanos) McCarthy fecharam um acordo no fim de semana que deve ser aprovado pelo polarizado Congresso dos Estados Unidos antes de 5 de junho, dia em que o Departamento do Tesouro disse que o país não será capaz de cumprir suas obrigações financeiras, o que poderia atrapalhar os mercados financeiros, informou a Reuters.
O diretor geral do Grupo Labhoro ainda complementa dizendo que "o mercado também aguarda dados cruciais dos setores de manufatura e serviços na China, programados para serem divulgados na quarta-feira. Esses dados darão
uma indicação sobre a recuperação econômica na China. E EUA e China são os maiores consumidores de petróleo bruto no mercado global".
CLIMA NOS EUA
A última semana foi bastante seca para importantes regiões produtoras dos Estados Unidos, porém, os mapas atualizados sinalizam melhores condições para os próximos 7/8 a 14/15 dias, com chuvas distribuídas de forma mais abrangente, em especial no leste norte-americano, chegando a estados como Illinois, Indiana, Ohio, Iowa, Missouri, Michigan.
"E o mercado de Chicago está basicamente olhando para o clima. Os últimos sete dias, essa semana que passou, realmente foram bem secos e com temperaturas elevadas, o mercado encontrou até um certo suporte nisso. Mas, nos próximos sete dias, devemos ter um retorno das chuvas. E se chover, as temperaturas um pouco mais altas não deverão importar tanto", explica o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez. "Os mapas melhoraram para os próximos dias e mostram que não vai faltar chuva, pelo menos de acordo com que está sendo previsto até agora - e nos próximos 8 a 14 dias, as temperaturas deverão ficar abaixo da média em todo cinturão".
Gutierrez completa dizendo ainda que o mercado já começa a precificar um clima mais positivo nestas próximas semanas, com previsões mais favoráveis para todo junho. Para julho, os mapas mostram um pouco menos de chuvas, mas dentro da média, o que também auxilia o desenvolvimento dos campos americanos.
"Neste momento, não vejo ainda grandes problemas climáticos, problemas que tragam uma maior tensão para Chicago. A safra americana se desenvolve bem", afirma o analista.
0 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira