Soja: Prêmios podem chegar a 200 cents negativos e são ainda principal fator de pressão sobre mercado do BR

Publicado em 18/04/2023 17:35

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O mercado da soja teve uma sessão bastante volátil na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (18), mas conseguiu encerrar os negócios em campo positivo. Os contratos mais negociados subiram entre 2,25 e 5,50 pontos, levando o maio a US$ 15,19 e o agosto a US$ 14,36 por bushel. Ainda na CBOT, depois de boas altas, o farelo fechou no vermelho, enquanto os de óleo subiram mais de 1,5% nos principais vencimentos. 

No Brasil, por outro lado, as cotações seguiram caminhos distintos. Algumas praças no interior do país subiram acompanhando o dólar - que fechou com alta de 0,8% e valendo R$ 4,98 - enquanto outras testaram novas baixas ainda sentindo a pressão da oferta concentrada agora em combinação com prêmios muito pressionados, ainda em território negativo. Enquanto em Castro a saca de soja subiu 1,41% para R$ 144,00, em Pato Branco cedeu 1,51% para R$ 130,50. Ambas as praças estão no Paraná. 

Nos portos, os indicativos permaneceram inalterados nesta terça-feira, apesar da combinação de Chicago e dólar em alta, também sentindo o impacto dos prêmios. É ponto de convergência entre analistas e consultores que os prêmios têm sido o principal vilão deste ano comercial no Brasil até agora, refletindo não só a safra robusta do país, como a insuficiente infraestrutura logística. Os embarques abril e maio seguem, respectivamente, 120 e 140 cents de dólar negativos. 

"Os prêmios estão fracos neste momento e ainda podem piorar", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, sinalizando que alguns casos podem variar até mesmo entre 160 e 180 centavos de dólar negativos. "Isso justamente porque a oferta é muito grande, portos lotados e podemos ter prêmios de até 200 cents negativos, fato que não víamos há quase duas décadas. Mas, é o momento".

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Com este cenário, os negócios novos ainda são muito escassos e a comercialização brasileira permanece atrasada. Afinal, mesmo com recorde de embarques para o período, ainda como explica o consultor, "temos recorde de navios esperando para carregar e ainda estamos com muito atraso nos embarques gerais. Essa situaçãovem desde o começo do ano, quando a safra atrasou para chegar, concentrando as ofertas no mês de março e agora em abril, o que penaliza fortemente os prêmios". 

Assim, Brandalizze explica também que os negócios tímidos que acontecem são, na maior parte, em fprma de trocas que, neste momento, se mostram mais positivas, sinalizando custos melhores para a safra 2023/24. "Fertilizantes e defensivos recuaram muito nestas últimas semanas. Assim, a soja disponível gira em cima de trocas e está sendo valorizada pelas revendas, girando produto. Outros produtores estão pagando dívidas com o grão e alguns compradores valorizando-o para quitação de dívidas", detalha o consultor.

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As exportações brasileiras de soja, de acordo com os últimos números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) já passam de 7,5 milhões de toneladas em nove dias úteis de abril. São mais de 838 mil toneladas embarcadas diariamente, acima do que se registrou no mesmo período do ano passado, quando a média diária era de pouco mais de 600 mil. "Neste ano, começamos mais forte o abril e assim podemos tentar recuperar o atraso, o que já esta aparecendo nos números desta semana", afirma Vlamir Brandalizze. A estimativa do consultor é de que o Brasil exporte 17 milhões de toneladas neste mês. 

No acumulado do ano, as exportações de soja já chegam a 26,9 milhões de toneladas, contra 26,3 milhões do mesmo período de 2022. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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