Farelo lidera altas do Complexo Soja nesta 3ª feira após USDA mostrar aperto na oferta do derivado

Publicado em 11/04/2023 16:24

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Nesta terça-feira, 11 de abril, dia de novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os futuros da soja em grão, farelo e óleo finalizaram os negócios com boas altas na Bolsa de Chicago. Quem liderou os ganhos foi o farelo, que subiu mais de 1,4% entre os principais vencimentos, com a primeira posição terminando o dia com US$ 458,00 por tonelada curta. No grão, as cotações subiram entre 5,75 e 10,25 pontos, com o maio valendo US$ 14,97 e o julho, US$ 14,71 por bushel. 

As altas mais expressivas registradas no derivado vieram, em especial, pelas correções nos números do quadro argentino. A seca histórica tirou muito da safra de soja do país - estimada agora pelo USDA em 27 milhões de toneladas e, segundo especialistas, podendo ficar abaixo disso - comprometendo o processamento da maior exportadora mundial de farelo e de óleo. 

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Como explicaram especialistas do departamento norte-americano, o que aconteceu na Argentina continua promovendo mudanças consideráveis no mercado global do farelo, como por exemplo uma redução nas importações mundiais do produto de 4,2 milhões de toneladas em relação ao ano anterior, levando o volume ao seu menor patamar em seis anos. 

O relatório desta terça trouxe o esmagamento de soja argentino estimado em 32 milhões de toneladas, menor do que o número de março de 35,25 milhões. Assim, a produção de farelo da nação sul-americana passou de 27,5 para 24,96 milhões de toneladas e suas exportações caíram de 24,9 para 22,4 milhões. Em contrapartida, a produção brasileira de farelo passou de 40,88 para 41,26 milhões e as exportações de 21,1 para 21,4 milhões de toneladas. Afinal, o esmagamento de soja no Brasil foi revisado de 52,75 para 53,25 milhões.

E embora o USDA tenha trazido ainda uma redução das importações de farelo de soja em boa parte dos principais consumidores - com destaques para o Oriente Médio, Sudeste Asiático e União Europeia - as exportações brasileiras e norte-americanas aumentaram, de acordo com os números do departamento, uma vez que serão os substitutos do buraco deixado pela Argentina. Ainda assim, "os estoques serão insuficientes para cobrir toda a perda deixada pelos argentinos. Assim, os importadores esperam aumentar suas compras de soja em grão e outros farelos proteícos - como de canlo e girassol - para recompor parte dessa oferta". 

Os gráficos abaixo, do USDA, ilustram essas estimativas indicando maiores importações globais de soja em grão - à esquerda - e menores no caso do farelo - à esquerda. 

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Gráficos: USDA

As importações globais de óleo de soja também deverão ser menores e, segundo os especialistas do departamento norte-americano de agricultura, testarem seu menor nível em cinco anos. A redução se daria em função da menor oferta argentina - também em função de menos matéria-prima depois da seca - e a forte produção de biocombustíveis nos Estados Unidos, o que deixa os preços para a exportação menos competitivos. O comércio global do produto também deverá sentir uma oferta mais contida, ainda de acordo com a análise do USDA, depois do aumento da mistura para 12% do biodiesel no Brasil, o que pode limitar o volume do produto para ser exportado. 

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Gráfico: USDA

Neste ambiente, a instituição estima que, pela primeira vez em quase uma década, a participação do óleo de soja no consumo global de  óleos vegetais possa ficar abaixo de 30%. Ainda assim, o consumo de óleos vegetais de uma forma geral, na temporada 2022/23, deverá ser maior, principalmente os derivados de canola, girassol e palma. 

Conhecidos os números e estimativas revisadas deste reporte de abril, os olhos do mercado agora se voltam para a nova safra dos Estados Unidos e às primeiras estimativas que chegam para 2023/24 no boletim de maio do USDA. Assim, as condições de clima para o Corn Belt é um dos pontos de mais constante monitoramento a partir de agora, com a disputa por área entre soja e milho ainda podendo se intensificar nos próximos meses. 

As previsões continuam a sinalizar uma elevação das temperaturas nas próximas semanas, porém, alguns pontos ainda preocupam. Estados do norte do país deverão continuar a registrar temperaturas ainda baixas, com derretimento lento das camadas de neve e, consequentemente, muita água sendo esperada na sequência. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Luan Henrique Guimarães do Nascimento Taquarituba - SP

    Como sempre, USDA mentindo, não sei pq ficar refém desse pessoal, manipuladores.

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