Soja: Semana no BR termina com plantio mais lento e negócios acelerados com estímulo da alta do dólar

Publicado em 18/11/2022 17:05

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A Pátria Agronegócios revisou suas estimativas para a safra de soja 2022/23 do Brasil e projeta uma colheita de 148,9 milhões de toneladas nesta temporada. Com este volume confirmado, o aumento em relação à safra 2021/22 seria de 18,6%. "A produção elevou em relação ao último levantamento, consequência da expansão da área, mesmo com a queda na produtividade", explica o time da Pátria.

A consultoria estima que 43,19 milhões de hectares estão sendo cultivados com a oleaginosa nesta safra, 4,1% maior do que a anterior. Em sua última estimativa, a Pátria projetava um crescimento menor, de 2,8%. De outro lado, a produtividade deverá apresentar um incremento aquém do inicialmente esperado, ficando na média de 3448 quilos por hectare (57,46 sacas por hectare). No reporte anterior, eram esperados 3464 kg/ha (57,73 scs/ha). 

"A Pátria nota que as estimativas atuais de rendimento poderão sofrer novos cortes caso as previsões climáticas atuais sigam trazendo intempéries (chuva abaixo da média) ao Sul e Sudoeste do Brasil", informam os especialistas da companhia.

Estimativas soja 22-23
Estimativas soja 22/23 - Pátria Agronegócios

As previsões indicam que algumas chuvas deverão chegar a regiões produtoras do Brasil nos próximos dias, principalmente no Sul do país, com bons volumes. No entanto, tais precipitações deverão ser bem rápidas, sem garantir uma recuperação da reserva de umidade do solo em algumas localidades. Já na região central, como explica o meteorologista Mamedes Luiz Melo, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), chuvas também poderão ser registradas, porém, insuficientes para corrigir as irregularidades, ao menos por enquanto. 

Os modelos climáticos indicam a passagem de uma frente fria pelo sul brasileiro no início da semana que vem, mas com rapidez. "Ela vai trazer bons volumes, como mostram todos os modelos, mas passam rápido e se concentram mais na região central do Brasil. Como a previsão é de um volume expressivo, onde ela passar pode sim encharcar o solo e trazer um certo alento. Mas, como ela passa rápido, o sol volta, a evaporação será muito grande e essa umidade pode não se sustentar por muito tempo", diz Melo. 

Veja sua entrevista completa no Notícias Agrícolas nesta sexta-feira:

Ainda segundo dados da Pátria reportados nesta sexta-feira, o plantio brasileiro 2022/23 de soja chega a 80,39% da área total até o momento e fica acima da média dos últimos cinco anos de 72,84%. Ainda assim, o índice segue aquém do ritmo do mesmo período do ano passado, quando 86,73% da área já havia sido semeada. 

Plantio da soja no BR - Pátria Agronegócios
Gráfico: Pátria Agronegócios

E por mais uma semana a consultoria destaca a velocidade mais contida dos trabalhos de campo por conta das adversidades climáticas. "O destaque da semana ficou para a intensa desaceleração da semeadura da soja no Brasil nos últimos sete dias, consequência da falta de umidade no Centro-Oeste do país, que impossibilitou a manutenção dos trabalhos de campo", informa a empresa.

No entanto, a Pátria informa ainda que com as chuvas voltando a algumas áreas nas últimas 48 a 60 horas, os bons impactos poderão ser contabilizados na próxima semana. 

PLANTIO MAIS LENTO X NEGÓCIOS MAIS ACELERADOS

Se entre os trabalhos de plantio a semana foi marcada pela desaceleração no ritmo, nos negócios, o cenário foi o inverso. Os últimos dias de alta forte do dólar antes da correção desta sexta-feira (18) estimularam o avanço da comercialização por parte do produtor brasileiro. A alta na moeda americana frente ao real - caminhando para terminar a semana perto de R$ 5,40, depois de ter testado até R$ 5,50 nos últimos dias - estimulou a formação de preços melhores no Brasil, dando espaço aos negócios. 

"As vendas se aceleraram com o movimento do dólar. O produtor aproveitou a oportunidade e fez bons negócios", diz Matheus Pereira, diretor da Pátria. 

A perspectiva está também na análise de Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, que inclui o fechamento negativo para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, que em partes também cederam em função das altas do dólar frente ao real.  Ainda assim, ele volta a afirmar que a comercialização está ainda atrasada, com algo entre 22% e 23% apenas de vendas efetivadas. 

"Na média, a semana foi de, aproximadamente, 1% da safra negociada, uma semana dentro da normalidade de negócios, mesmo tendo um feriado (na última terça-feira, 15 de novembro)", explica o consultor. "Na relação porto, em reais, a soja vai fechando a semana em alta com relação á semana passada, cerca de R$ 2,00 a mais por saca, em média. Mas, em dólares, a soja está caindo, então, a relação de troca por insumos está caindo". 

 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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