Soja ameniza baixas em Chicago, dólar dispara sobre o real e preços ficam estáveis nos portos do BR

Publicado em 30/08/2022 17:48

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O mercado da soja fechou no vermelho nesta terça-feira (30) na Bolsa de Chicago, porém, amenizou muito suas baixas e concluiu o dia com perdas de 3,75 a 5,50 pontos nas posições mais negociadas. Assim, o novembro concluiu os negócios com US$ 14,32 e o março, com US$ 14,39 por bushel. Ao longo do dia, os futuros da oleaginosa chegaram a perder mais de 20 pontos. 

Os preços recuperaram parte das baixas que acumularam no início desta semana, voltando à casa dos US$ 14,30, mas sem desviar seu foco das condições de clima no Meio-Oeste americano, bem como à reta final do desenvolvimento da nova safra norte-americana. 

Os tours de safra seguem mostrando as boas perspectivas para a colheita da soja, com estimativas na casa dos 123 milhões de toneladas. As lavouras do leste americano mostram condições melhores, como pôde atestar o time do Grupo Labhoro, em parceria com o Notícias Agrícolas, e a oleaginosa se destaca. Agora, as expectativas se dão sobre o que poderá se esperar sobre o oeste do cinturão. 

"As lavouras estão boas. A soja está boa, o milho não é tão ruim quando tem sido qualificado. O lado leste recebeu mais chuvas, melhores índices e as lavouras estão muito boas. O milho não é aquilo que o Pro Farmer, e é, seguramente, melhor do que o 168,1 (bushels por acre de produtividade) que o Pro Farmer colocou na média. ", explica Ginaldo Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro. "Daqui para frente, ou seja, do Missouri pra frente é que saberemos como está exatamente o restante do oeste. Então, diria que do lado leste as lavouras estão boas e não sofreram tanto quanto se presumem que sofreram as lavouras do lado oeste", completa. 

Os novos mapas do NOAA, para os próximos cinco e 7 dias atualizados nesta terça, vieram com menos chuvas para o oeste e voltam a preocupar o mercado. 

NOAA 5 dias
Previsão de chuvas para 31 de agosto a 5 de setembro - Mapa: NOAA
NOAA 7 dias
Previsão de chuvas para 31 de agosto a 7 de setembro - Mapa: NOAA

Na outra ponta, atenção ao comportamento da demanda, do mercado financeiro, do cenário geopolítico e como estes fatores continuarão impactando não só a soja, mas as commodities de uma forma geral. E nesta terça, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de 264 mil toneladas de soja para destinos não revelados, sobre os quais o mercado especula ser a China. 

Leia mais:

+ USDA informa venda de 264 mil t de soja para destinos não revelados e mercado especula China como destino

MERCADO INTERNO DOS EUA

Há certa pressão sobre as cotações que vêm também do mercado interno americano, já que "as indústrias estão entrando em manutenção programada, reduzindo o consumo de soja em localidades no Meio-Oeste, resultando em redução do consumo", explica o time da Agrinvest Commodities. "O resultado é que os basis da soja estão caindo no CIF barcaças para setembro". 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o destaque foi o dólar. O mercado cambial iniciou o dia testando algumas baixas, porém, foi intensificando suas altas e terminou o dia com 1,58% e avanço e valendo R$ 5,11. A moeda americana testou sua maior alta em quatro semanas. 

Com a alta do câmbio e as baixas em Chicago, os preços nos portos terminaram o dia estáveis. Em Paranaguá, R$ 192,50 por saca no disponível e R$ 193,50 para setembro. Já em Rio Grande, R$ 191,00 e R$ 192,00, respectivamente. 

Já no interior, os preços cederam em praticamente todas as praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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