Relatórios mostram resultados de pesquisa feita pela Fundação MS para manejo de pragas da soja
O plantio da soja inicia-se somente a partir de 16 de setembro devido ao período de vazio sanitário, mas as estratégias que deverão ser aplicadas pelos produtores rurais e consultores técnicos visando a alta produtividade para a lavoura já estão sendo discutidas. Estabelecer um planejamento prévio com relação aos mais diversos setores que compõe a estrutura agrícola pode fazer a diferença na produtividade. Entre as principais preocupações está a existência de pragas que, conforme a pressão, podem causar perdas significativas.
O pesquisador responsável pelo setor de Herbologia e Entomologia da Fundação MS, Eng. Agr. Dr. Luciano Del Bem Júnior, publicou, no último mês, relatórios visando a eficiência de inseticidas no controle do percevejo marrom (Euschistus heros), de tripes (Caliothrips brasiliensis) e da mosca-branca (Bemisia tabaci) na cultura da soja.
Os documentos disponibilizados no Portal do Associado da Fundação MS permitem obter informações que possibilitem estabelecer estratégias de manejo para a aplicação dos produtos e melhor controle das pragas existentes.
“Nossos trabalhos seguem a demanda direta do produtor e também o que vemos acontecer na lavoura. Estudos com pragas recorrentes, como percevejo e com aquelas que antes eram tratadas como secundárias, como mosca-branca e tripes, são de extrema importância a fim de buscar maior entendimento sobre o comportamento destes insetos, o potencial de dano sobre a cultura e as melhores estratégias de controle sobre os respectivos alvos”, disse Del Bem Júnior.
No relatório do ensaio de combate ao percevejo marrom (Euschistus heros), o pesquisador destaca que foram realizados estudos em cenários com baixa e alta infestações e as avaliações aconteceram com duas batidas de pano por parcela, de maneira prévia e nos dias um, quatro, sete, 10 e 14 após a aplicação dos tratamentos.
Ao todo foram avaliados 26 inseticidas em ambos os casos. No estudo com baixa infestação, 11 tratamentos garantiram maior eficácia de controle em, pelo menos, três avaliações. Já em um ambiente com alta incidência do inseto, 10 tratamentos tiveram os melhores resultados de combate em, no mínimo, três análises.
O pesquisador destaca ainda que a tomada de decisão deve ser pautada no monitoramento da área e na correta seleção do inseticida, dose empregada, rotação de ingrediente ativo e tecnologia de aplicação.
Em um outro relatório, Del Bem Júnior apresenta estudo para verificar a eficácia dos produtos no controle do tripes (Caliothrips brasiliensis). O inseto raspador-sugador é responsável por transmitir viroses nas plantas provocando descoloração e pontos escuros nos locais de ataque, podendo ocorrer até a queda das folhas.
Nesse experimento, 16 tratamentos foram utilizados em área de pesquisa da Fundação MS implantada no município de Maracaju. Segundo o documento, a população de tripes nas plantas de soja foi avaliada com a amostragem de 20 folíolos do terço médio por parcela. As avaliações ocorreram aos três e sete dias após a primeira aplicação dos inseticidas e aos três, sete e 14 dias após a segunda. Nesse caso, foram realizadas duas aplicações dos defensivos, sendo que a primeira ocorreu quando as plantas de soja apresentaram níveis prévios em torno de cinco insetos por subdivisão das folhas e a segunda uma semana depois.
O resultado mostra que oito tratamentos obtiveram resultados com maior eficácia de controle do inseto em, ao menos, três avaliações. A atenção ao monitoramento, a rotação de ingrediente ativo e a tecnologia de aplicação empregadas são algumas das orientações disponibilizadas por Del Bem Júnior para que o produtor rural possa prevenir a pressão do inseto.
A pesquisa realizada pela equipe do setor de Herbologia e Entomologia da Fundação MS também abordou o enfrentamento a outro inseto que tem trazido prejuízo aos produtores rurais. Bastante encontrada nas lavouras, a mosca-branca (Bemisia tabaci) também é um inseto sugador e é responsável pela transmissão do vírus causador da necrose-da-haste, proporcionando meio favorável para a ocorrência da fumagina.
O relatório publicado por Del Bem Júnior mostra que a avaliação da população da mosca-branca teve uma amostragem de 10 folíolos do terço médio por parcela, sendo que o levantamento foi feito no terceiro e sétimo dia após a primeira aplicação do inseticida e aos três, sete e 10 dias após a segunda aplicação.
O nível de infestação do inseto na soja quando ocorreu a primeira aplicação dos produtos estava próximo a cinco ninfas por folíolo. Houve também a pulverização de uma nova dose dos tratamentos feita sete dias após a primeira.
Dos 14 tratamentos do experimento, metade obtiveram maior eficácia de controle de ninfas de mosca-branca em, pelo menos, três avaliações. O relatório aponta ainda que houve incremento de produtividade com o uso dos inseticidas avaliados e o pesquisador fez as mesmas orientações com relação a tomada de decisão para o uso dos fitossanitários do que foi exposto ao percevejo marrom.
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