Soja em grão e derivados perdem mais de 3,5% em Chicago e contratos com tensão forte no financeiro
Os futuros da soja perdem mais de 3,5% - ou quase 60 pontos - na Bolsa de Chicago no início da tarde desta quinta-feira (23), intensificando ainda mais seu movimento de baixas, iniciado nesta terça, quando o mercado futuro norte-americano retomou seus negócios após o feriado nos EUA. Assim, os primeiros contratos já trabalhavam abaixo dos US$ 16,00 por bushel, com o julho sendo cotado a US$ 15,95 e o agosto a US4 15,08 por bushel.
Mais a frente, as perdas levavam as posições a operarem com menos de US$ 15,00, sendo cotado o setembro a US$ 14,38 e o novembro a US$ 14,17 por bushel.
Mais uma vez a pressão das tensões no financeiro pesam agressivamente sobre o mercado de commodities. Assim, em Chicago não cedia só a soja, mas também trigo e milho de forma expressiva. Entre os derivados da soja, as baixas também passavam de 3%, levando a primeira posição do farelo a US$ 387,10 por tonelada curta e o óleo a 64,96 cents de dólar por libra-peso.
A aversão ao risco é ainda muito forte diante das preocupações globais com a política de tolerância zero da China contra o Covid-19, a recessão da economia global, o processo inflacionário e a forma como tudo isso impacta sobre o consumo de commodities em todo planeta.
"O clima frio e úmido no Centro-Oeste no fim de semana, as preocupações com uma recessão iminente e a incerteza sobre as perspectivas futuras para a demanda chinesa derrubaram os mercados de soja", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Complementando a análise, Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities, detalha as baixas que se dão sobre as demais commmodities, as quais também refletem os temores de uma recessão, que pega diretamente no coração do consumo de matérias-primas.
"O azedume continua. Metais industriais e energia lideram as quedas. Os futuros do cobre acumulam queda de 21% em relação às máximas de março, movimento muito sincronizado de queda com outras commodities como: óleo de palma, trigo, zinco, alumínio, minério de ferro, o aço negociado em Shanghai, o carvão coque", diz.
FARELO DE SOJA
Somente nesta quinta-feira, o farelo de soja caiu 6% na Bolsa de Dalian, na China. Na reabertura dos negócios, como explica o time da Agrinvest, a queda continua e, assim, as perdas no dia chegam a quase 8%.
"O aumento dos estoques de soja nos portos chinses, o aumento dos estoques de farelo e a melhora do clima nos EUA, além do aumento da chamada de margem na DCE explicam o movimento forte de queda. As margens na China estão sob forte pressão, reforçando o movimento de queda na CBOT, e também sobre os prêmios no Brasil", informa a consultoria.
Como explicou Marcos Araújo, analista da Agrinvest, em entrevista ao Notícias Agrícolas na última terça-feira (21), os estoques de farelo de soja na nação asiática passaram de 300 mil toneladas em março para mais de 1 milhão agora.
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