Soja: Mercado brasileiro se apoia em novas altas do dólar em 2ª feira sem referência de Chicago
Mesmo começando sem a referência de Chicago, já que a bolsa não operou nesta segunda-feira (20) com a comemoração do feriado do dia do fim da escravidão nos EUA, a semana deve ser de bons negócios no mercado brasileiro de soja. A análise é de Vlamir Brandalizze.
De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, os negócios na CBOT deverão ser retomados na noite hoje na CBOT focados nas condições de clima que vêm sendo registradas no Corn Belt e nas previsões indicando a continuidade de um clima mais quente e seco nos próximos dias, até o final de junho e início de julho.
"Espera-se que o calor tenha chegado ao Meio Oeste dos EUA e em cima das lavouras que estão na reta final do plantio. O mercado vai estar de olho no clima, com chances de ainda se manter firme. No entanto, se o clima não trouxer problemas, podemos ver pressão de queda de quarta-feira em diante
ou pelo menos uma limitação das altas", diz.
De acordo com o instituto meteorólogico norte-americano WeatherTrends 360, a segunda semana cheia de junho, que terminou no dia 18, foi a segunda mais quente e a nona mais seca em mais de 30 anos para o Corn Belt.
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Brandalizze explica ainda que, no Brasil, ao lado da movimentação que se dará na Bolsa de Chicago, as atenções também estarão sobre a movimentação do dólar, "que está ainda muito nervoso". Nesta segunda, a moeda brasileira testou os dois lados da tabela e, perto de 15h50 (Brasília), vinha sendo cotada a R$ 5,17, com alta de 0,57%.
Assim, ainda apoiado no câmbio, o preço da soja nos portos brasileiros ainda orbitavam na casa dos R$ 200,00 por saca, tanto no spot, quanto para os meses mais a frente. No mercado de balcão, as cotações permaneciam estáveis em relação ao fechamento da última sexta.
Enquanto subia o dólar, os prêmios recuavam, mas mantendo-se ainda em patamares bastante elevados. Ainda de acordo com o levantamento da Brandalizze Consulting, o disponível tinha de 85 a 95 cents de dólar por bushel sobre as últimas referências de Chicago, enquanto pro agosto subiam para algo entre 170 e 180 centavos de dólar acima da CBOT.
Já na semana passada os preços da soja no mercado nacional apresentavam movimentação positiva, o que motivou bons volumes de negócios.
"Os preços da soja subiram no Brasil na semana passada, impulsionados sobretudo pelo maior interesse de compradores. Segundo pesquisadores do Cepea, esses agentes aproveitaram o elevado patamar do dólar – que voltou a operar acima de R$ 5 – para realizar negócios de curto prazo para o mercado interno e completar navios. Vendedores, que também estiveram mais ativos no período, buscaram “fazer caixa” para pagamento de custeio. Inclusive, os valores da soja em grão no Brasil se descolaram dos observados no mercado externo, que caíram, pressionados pelo bom ritmo da semeadura e pela demanda enfraquecida", informou uma nota do Cepea nesta segunda-feira.
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