Soja, grãos e farelo despencam nesta 3ª em Chicago depois de notícias mais otimistas sobre Rússia x Ucrânia
Acompanhando perdas de mais de 50 pontos entre os futuros do trigo negociados na Bolsa de Chicago, o mercado da soja volta a operar no vermelho e, por volta de 11h30 (horário de Brasília), cedia entre 27,25 e 33 pontos nas posições mais negociadas. Assim, o maio tinha US$ 16,32 e o julho, US$ 16,13 por bushel. O milho também operava em baixa e perdia entre 17 e 32 pontos nos principais contratos, depois de ter batido no limite de baixa.
O mercado futuro norte-americano de grãos sente a pressão de perspectivas mais próximas de um acordo entre Rússia e Ucrânia. Embora as reuniões desta terça-feira (29) tenha sido finalizada sem um cessar-fogo na reunião realizada na Turquia, as demandas de ambas as nações ficaram mais claras, de acordo com especialistas.
Ainda em queda está o farelo de soja, que recua mais de 3% na Bolsa de Chicago, com o primeiro vencimento sendo cotado a US$ 463,90 por tonelada curta.
De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, um negociador ucraniano afirmou que seu país busca garantias territoriais que não incluem áreas controladas pelo governo russo. Além disso, afirmou ainda que Kiev está disposta a discutir o status da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Mais do que isso, a Rússia indicou ainda que é possível que uma reunião entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskiy aconteça. No entanto, a delegação russa deixou Instambul, capital turca, sem uma data definida para novas negociações entre os dois países. A Rússia também já não se oporia mais à entrada Ucrânia na União Europeia, bem como a Ucrânia já não reivindicaria mais as áreas separatistas.
Logo na sequência, o petróleo passou a recuar, levando junto quase todas as commodities - agrícolas ou não, mas pesando diretamente sobre os grãos -, enquanto os índices acionários subiam em bolsas no mundo todo, refletindo certo otimismo sobre um fim para o conflito.
"Tudo isso tem reduzido o prêmio de risco sobre as cotações, principalmente, sobre os grãos e a energia", afirma o analista de mercado da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin. "As falas são bastante positivas, fazendo com que investidores se desfaçam de suas posições defensivas nos ativos acima citados", completa.
Além das questões da guerra, o mercado também está em uma semana de importantes divulgações, entre elas o relatório de área a ser plantada nos EUA no dia 31 de março, e vai operando com cautela, se ajustando antes da chegada dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A instituição também atualiza os estoques trimestrais de grãos norte-americanos na posição de 1º de março.
Assim, há bastante expectativa sobre o início da safra 2022/23 dos Estados Unidos não só para soja e milho, mas também para o trigo.
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O mercado também acompanha a demanda mais contida da China neste momento, com margens de esmagamento no país que ainda preocupam.
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