Importação de soja pela China deve atingir recorde de 100 mi t em 2022/23, diz USDA
(Reuters) - As importações de soja pela China devem alcançar o recorde de 100 milhões de toneladas na temporada 2022/23, estimou nesta quinta-feira o Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS, na sigla em inglês) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) em Pequim.
"A crescente demanda por ração, juntamente com disponibilidade limitada e preços mais altos para substitutos ricos em proteínas, deve aumentar as importações de soja da China para uma previsão recorde", disse o adido do USDA em relatório.
As compras chinesas de soja para 2021/22, por outro lado, foram reduzidos para 95 milhões de toneladas, ante a continuidade da fraca demanda nos setores de suínos e aves, e planos para leiloar reservas estaduais.
"A produção de oleaginosas está prevista para aumentar levemente para 62,4 milhões de toneladas na temporada de 22/23 com altos preços domésticos e incentivos governamentais", completou.
(Reportagem de Julie Ingwersen em Chicago)
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Joelito Santos da Silva Ariquemes
Qual o efeito esperado com os preços da carne ou soja em grão no Brasil caso a China –
significativo destino dos itens produzidos no Brasil – decidisse abortar a importação abruptamente?Esse cenário tecnicamente é impossível de acontecer Joelito. Quando a China não vier no Brasil comprar, estará comprando de outro lugar no mundo e, por sua vez, aqueles compradores tradicionais desse lugar terão que procurar o Brasil para se abastecer. Assim o efeito balança equilibra o mercado. Por outro lado a China não tem interesse algum em desestabilizar o mercado de alimentos, ela prima por sua segurança alimentar. Já viu aquele ditado, " A fome não espera".
A inclusão da tarifa específica à importação no Local. O efeito dependeria, por exemplo, de como o país Local/BRASIL reagiria à criação da tarifa. A elasticidade-preço da demanda no país Local seria, portanto, um fator importante para determinar o impacto sobre os preços no Estrangeiro. Entretanto, com a inserção da tarifa, caso o país importador tenha "peso" na importação de determinado bem a soja e carne bovina, então o país exportador pode sentir o efeito, com reflexo em uma redução de preços do produto.
A análise sobre o bem-estar nacional é realizada avaliando ganhos e perdas dos agentes econômicos com a inserção da tarifa à importação. Os atores da economia estão agrupados em consumidores, produtores e governo. A inserção de uma tarifa específica à importação, provocaria um aumento do preço pago pelos consumidores do Local. O preço de mercado que era de 1,50 passaria para 1,75. A "sorte" dos consumidores do Local é que o "bloqueio" parcial no comércio culminaria em uma "sobra" de soja no Estrangeiro, o suficiente para derrubar o preço da soja recebido pelo Estrangeiro, de 1,50 para 1,25. Este fato ajudaria com que a soja no Local não voltasse para o patamar de 2,00, ou seja, o mesmo que em um cenário de economia fechado – ou seja, sem comércio internacional. De qualquer forma, os consumidores do Local assistiriam uma piora no bem-estar entre a situação de livre comércio e a imposição da tarifa. Por outro lado, os produtores do Local, sob a condição da tarifa à importação poderiam ser mais incentivados a produzir, pois teriam mais ganhos. Além desses atores, poder-se-ia verificar um ganho por parte do governo pelo fato de estar arrecadando recursos por meio da imposição tarifária.
Fica claro a partir da análise apresentada de que haveria um ganho para produtor e governo e uma perda por parte do consumidor a partir da tarifa. Mas a questão que surge é: como mensurar os ganhos e perdas?
Para iniciar a discussão aqui acerca dos ganhos ou perdas dos agentes econômicos, precisamos alertar sobre dois conceitos econômicos que devem ser levados em consideração: o de excedente do consumidor e o de excedente do produtor. Duas áreas que constam no gráfico correspondem a estes mercados.