Soja fecha estável em Chicago nesta 4ª feira com reversão no farelo e baixas de mais de 1%
Em mais um dia de volatilidade, mas com variações tímidas, o mercado do farelo de soja mudou de lado e fechou no vermelho depois de subir quase 2% na Bolsa de Chicago ao longo desta quarta-feira (15). As baixas foram de 1% entre as posições mais negociadas, e o janeiro encerrou o pregão com US$ 373,00 por tonelada curta, enquanto na máxima do dia testou os US$ 384,00.
"Esse foi mais um movimento técnico, já que o farelo já tinha subido muito nos últimos dias. O mercado veio liquidando e pegou a soja também", explicou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. Assim, os futuros da oleaginosa em grão terminaram a sessão com pequenas altas de pouco mais de 1 ponto.
Dessa forma, o contrato janeiro conclui o pregão deste 15 de dezembro sendo cotado a US$ 12,63 e o maio a US$ 12,74 por bushel. Como já explicaram analistas e consultores, o mercado segue transitando na banda de US$ 12,50 a US$ 13,00 por bushel em Chicago e seu foco principal continua sendo o clima na América do Sul.
"O mercado sabe dos problemas, mas ainda não absorveu na América do Sul. E isso deve acontecer somente em janeiro", acredita Brandalizze. Para o consultor, as perdas na soja 2021/22 do Brasil já chegam a 6 milhões de toneladas, com a situação mais grave ainda sendo registrada no Rio Grande do Sul. "Se chover bem onde precisa não dá para recuperar o que se perdeu, mas evitar que o cenário piore".
Os mapas atualizados seguem indicando poucas chuvas no sul do continente, ainda castigando extensas áreas de produção agrícola e ameaçando a safra de soja e de milho em partes do Brasil, Argentina e Paraguai.
Na análise internacional os especialistas destacam as chuvas que chegaram a partes do Brasil e da Argentina nesta semana, porém, acrescentam as preocupações com as temperaturas mais altas que castigam as lavouras. Além disso, as previsões indicam, novamente, chuvas escassas nos próximos dias, "o que poderia ajudar nas altas do complexo soja e do milho nas próximas sessões".
Como explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, "o clima na América do Sul ainda preocupa o mercado. Ainda que as regiões do
Centro-Oeste do Brasil e MATOPIBA possuam boas previsões de chuva, a seca que se mantém na Argentina, Paraguai e o sul do Brasil é o foco".
MERCADO NACIONAL
Os preços no mercado brasileiro continuam se formando em patamares remuneradores, encontrando bom apoio também no dólar. Nesta quarta, a moeda americana voltou a superar os R$ 5,70 e contribui. No entanto, as vendas são lentas. "Ninguém quer vender agora. Soja disponível ou da safra nova. Há compradores dando chances de até R$ 184,00 nos portos para pagamento junho, entrega em janeiro, e sem interesse de venda", relata Vlamir Brandalizze.
A soja 2021/22, nos portos, vê referências de R$ 167,00 a R$ 170,00, chegando aos R$ 172,00 por saca, na entrega julho, pagamento agosto, mas o produtor brasileiro agora está bastante reticente para voltar ao mercado com novas vendas. "A incerteza sobre a nova safra parou os negócios aqui no Brasil".
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