USDA informa venda de 130 mil t de soja para a China, mas BR ainda lidera vendas para nação asiática
Nesta segunda-feira (6), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma venda de 130 mil toneladas de soja para a China. O volume é todo da safra 2021/22. A nação asiática segue pulverizando sua demanda entre Brasil e Estados Unidos, buscando completar o que precisa para os próximos meses para estar bem abastecida.
"A China continua cobrindo demanda para dezembro e janeiro nos EUA, porém, já em um ritmo mais fraco quando comparado ao mês de novembro. A China já está bem coberta para os próximos três meses", explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
Na semana passada, o USDA já vinha anunciando vendas de soja de 122 mil toneladas e, na anterior, de 552 mil, sendo 164 mil para a China e o restante para destinos não revelados.
As compras chinesas nos EUA, segundo especialistas de mercado, tem se mostrado mais lentas diante de alguns fatores alinhados, como os atrasos ocasionados depois da passagem do furacão Ida na costa do Mississippi, que provocou estragos graves nas instalações logísticas, além de uma competitividade maior do produto brasileiro frente ao americano.
Para a soja 2020/21, além de momentos onde esteve mais barata, a oleaginosa ainda mostrou-se também mais rentável diante de seus maiores teores de óleo e de proteína, rendendo mais na hora do esmagamento. Para a soja 2021/22, além dessa característica, há ainda o fato de a nova oferta chegar mais cedo nesta temporada dado o plantio acontecendo em tempo recorde, o que deixa o Brasil mais competitivo também mais cedo.
"As exportações de soja tiveram um começo ruim neste anoo. As margens de esmagamento estavam baixas e a demanda não esteve boa no período. E ainda houve o impacto do furacão Ida. E alguns mercados foram ainda pressionados pela soja brasileira", disse o analista da COFCO Futures, Baij Jie, em entrevista à Reuters Internacional.
A soja com embarque janeiro vinha sendo ofertada no Golfo do México a cerca de US$ 500,00 por tonelada, mais o custo do frete de US$ 78 a US$ 80/t, enquanto no Brasil o valor tinha média de US$ 520,00 por tonelada com US$ 60 de frete.
E não só dos EUA, as compras de soja por parte da China se mostram acontecendo em ritmo mais tímido neste ano ao se comparar ao anterior. "Tem sido um pouco decepcionante do ponto de vista dos EUA. O Brasil toma um pouco mais da nossa janela a cada ano. Nossa janela está se fechando", disse um exportador americano à Reuters.
Em novembro e dezembro os volumes de soja que chegam à China deverão ser, na maior parte, dos Estados Unidos. Porém, a expectativa é de que a partir de janeiro até março os carregamentos do Brasil cresçam expressivamente para mais de seis milhões de toneladas. Confirmado este volume, o total seria quatro vezes maior do que o total do mesmo período do ano anterior.
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Helio Ortolan
Usda informou vendas da safra 20/21. Como assim? Nos EUAnão se planta e colhe dentro do mesmo ano?