Soja acumula alta superior a 7% em Chicago, mas negócios no BR são escassos com espera por mais elevações
Os preços da soja fecharam a semana se consolidando, ao menos para os primeiros vencimentos, em um novo patamar na Bolsa de Chicago, encerrando acima dos US$ 15,00 por bushel e acumulando altas de mais de 7% em relação à última sexta-feira (16). O contrato maio fechou o pregão desta sexta (23) com US$ 15,39, subindo 7,4%, enquanto o julho terminou a semana com US$ 15,16. Já o agosto, que começa a refletir mais a realidade da safra americana, subiu 6,23% para US$ 14,67 por bushel.
Um dos principais fatores de combustível para a disparada das cotações da soja - e dos grãos de uma forma geral, com a oleaginosa e o milho registrando suas máximas desde 2013 na CBOT - foi a questão climática nos Estados Unidos.
O cenário ainda é composto por baixas temperaturas e tempo seco, o que preocupa sobre a germinação e traz alguma lentidão ao plantio e que, mais do que todas estas coisas, alimenta a especulação e a volatilidade do andamento dos futuros, atraindo, inclusive, mais fundos investidores ao mercado. No milho, suas posições compradas são recorde neste momento.
E frente ao atual cenário de oferta e demanda já muito ajustado e mais as preocupações deste momento com o clima para o desenvolvimento do plantio norte-americano, os limites de alta para as cotações dos grãos foram ampliados pela Bolsa de Chicago e os novos valores começam a valer a partir de 2 de maio.
Assim, o atual limite de alta no milho de 25 cents passa a 40 cents de dólar por bushel, do trigo passam de 40 para 45 cents e no caso da soja esse aumento vai de 70 centavos para US$ 1,00. Os limites para os futuros dos derivados de soja também serão incrementados e passam a ser de US$ 30,00 por tonelada curta no caso do farelo e de 3,5 cents por libra-peso no caso do óleo, os valores anteriores eram de, respectivamente, US$ 25,00 e 2,5 centavos de dólar.
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Ao lado do clima, a movimentação, novamente, de alta muito forte do óleo de soja na Bolsa de Chicago e no mercado físico norte-americano também favoreceram as altas do grão na CBOT. Durante a semana, os futuros do derivado bateram no limite de alta algumas vezes e puxaram a matéria-prima na carona.
"Os fundamentos para a soja e o milho ainda se mantêm altistas, com o mercado de olho no clima americano e também no clima seco do Brasil", explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
MERCADO BRASILEIRO
Apesar dessa nova disparada dos preços na Bolsa de Chicago, os novos negócios acontecendo no Brasil ainda não apresentam volumes muito expressivos de uma maneira geral.
"É claro que negócios pontuais foram observados em todo o Brasil. Entretanto, parece ter sido instaurado, no lado da oferta do mercado, que a soja possui um viés claro de novas altas", afirma Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios.
E o analista completa dizendo que na última atualização da consultoria, "o lineup de exportação brasileiro de soja estava em 13 milhões de toneladas, o que já é bem menor desde os picos da virada de março/abril, no entanto, ainda se mantém em níveis recordes para este período em específico".
Dessa forma, é possível observar que há nova demanda da China pela soja brasileira, com o país ainda precisando da oferta brasileira, mas com novos negócios se mostrando "escassos".
"A arbitragem entre o que o comprador (consumidor) está disposto a pagar e o que o vendedor (produtor) está disposto à vender, está muito complicada. E isso se dá por puro receio de novas vendas do lado da oferta que, como disse, consegue enxergar um viés muito claro de novas altas neste mercado", completa Pereira.
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