Colheita de soja atinge 61% da área no Rio Grande do Sul; milho vai a 80%
A colheita de soja 2020/21 do Rio Grande do Sul avançou 7 pontos percentuais ao longo da última semana e atingiu 61% da área plantada, disse nesta quinta-feira a Emater-RS, chamando atenção para "bons resultados" apesar do atraso em comparação com os anos anteriores.
Segundo informativo semanal do órgão ligado ao governo gaúcho, em igual período da safra 2019/20 as colheitadeiras haviam passado por 88% da área, enquanto a média histórica para o período é de 84%.
Os técnicos da Emater-RS afirmaram que o clima favoreceu as operações durante a semana. "Em muitas propriedades pequenas, a colheita já foi finalizada, com bons resultados", disseram no comunicado.
Em lavouras remanescentes, a entidade indicou 32% da área em fase de maturação, enquanto uma parcela reduzida (7%) segue em período de enchimento de grãos.
A Emater-RS espera que a safra de soja gaúcha atinja um recorde de 20,2 milhões de toneladas nesta temporada, o que pode fazer com que o Rio Grande do Sul supere o Paraná e volte a ser o segundo maior produtor da oleaginosa no país, abaixo somente de Mato Grosso.
Em relação ao milho, o órgão informou que a colheita segue à frente dos níveis vistos no mesmo período das safras anteriores, tendo atingido nesta semana a marca de 80% das áreas, avanço de 3 pontos percentuais ante o levantamento anterior.
No ano passado, a colheita alcançava 79% neste momento, para o qual a média histórica é de 73%. Mas apesar dos trabalhos adiantados, a Emater-RS destacou que algumas áreas ainda em desenvolvimento se mostraram suscetíveis ao déficit hídrico.
"Segue a colheita da cultura das lavouras em ponto de corte. Em diversas regiões, a ocorrência de poucos volumes de chuva nas últimas semanas já causa déficit hídrico em lavouras ainda em floração e enchimento de grãos", afirmaram os técnicos.
A colheita de arroz no Estado, por sua vez, se encaminha para o final com "produtividade muito satisfatória", segundo a Emater, que aponta para 92% dos trabalhos concluídos, avanço de 12 pontos na semana, superando os 89% vistos em igual período do ano passado e os 79% da média histórica de cinco anos.
"Apesar da previsão de estiagem, a irrigação das lavouras, mesmo com restrição, foi efetiva", disse o órgão.
TRIGO
A Emater destacou também que os agricultores se preparam para a safra de trigo do Rio Grande do Sul, segundo maior Estado produtor da cultura, e veem custos mais elevados com insumos que serão utilizados para a implantação das lavouras de inverno.
"Na regional de Bagé, em São Borja, os altos preços dos insumos preocupam os produtores. Fertilizantes são os componentes de maior impacto na elevação do custo das lavouras", ressaltaram os técnicos.
Já na região de Frederico Westphalen, por exemplo, houve avanço nas despesas com adubos e agroquímicos, mas os agricultores estão com insumos adquiridos para a temporada, visto que a tendência é cultivar uma área maior.
O planejamento da safra gaúcha de inverno ocorre em momento em que o cereal apresenta altos níveis de preço, o que deve funcionar como um atrativo para expansão de áreas, como na região de Santa Rosa, citou a Emater.
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