Soja fecha a 5ª feira caindo até 18 pontos com desaceleração das exportações e dólar alto

Publicado em 25/03/2021 17:20 e atualizado em 25/03/2021 17:59
No Brasil, soja sobe mesmo com colheita a todo vapor

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A quinta-feira (25) chega ao final com os preços internacionais da soja despencando na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 13,50 e 18,50 pontos ao final do dia.

O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 14,14 com desvalorização de 18,50 pontos, o julho/21 valeu US$ 14,04 com baixa de 16,50 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 12,64 com perda 14,25 pontos e o novembro/21 teve valor de US$ 12,14 com queda de 13,50 pontos.

Os índices representam perdas de 1,26% para o maio/21, de 1,20% para o julho/21, de 1,17% para o setembro/21 e de 1,14% para o novembro/21 na comparação com o encerramento da última quarta-feira (24).

Segundo informações do site internacional Farm Futures, a desaceleração das exportações dos Estados Unidos para a China desempenhou um papel significativo nas perdas atuais para os futuros da soja. O número de suínos nos EUA menor do que o esperado também diminuiu as perspectivas de demanda doméstica por produtos de soja.

O ritmo de carregamento de exportação semanal caiu ligeiramente em relação à semana passada, para 18,4 milhões de bushels, queda de 1,2 milhão de bushels em relação à semana anterior. O Egito foi o principal destino da soja dos EUA na semana passada, com quase 6,1 milhões de bushels embarcados para o país do Norte da África durante a semana encerrada em 18 de março.

Já os ritmos de carregamento semanais para a China caíram 2,5 milhões de bushels em relação à semana anterior, para apenas meio milhão de bushels esta semana.

“A queda não deve ser um choque completo para o mercado - os compradores chineses normalmente compram mais soja do Brasil nesta época do ano. O aspecto mais surpreendente é quanto tempo os chineses dependem do fornecimento de soja dos Estados Unidos em relação aos anos anteriores, devido à colheita contínua do Brasil e atrasos nos embarques. Nas últimas cinco semanas, o ritmo médio dos embarques de soja dos EUA para a China é mais do que o dobro das taxas de um ano atrás, devido à lenta colheita do Brasil. Espere que esses ritmos continuem diminuindo - e possivelmente ainda mais rapidamente após esta semana”, aponta a analista Jacqueline Holland.

A consultoria Agrinvest acrescenta ainda outros fatores que colaboraram para estes recuos nos futuros da soja em Chicago, como o dólar mais forte, a queda das cotações internacionais do petróleo e o clima benéfico nos Estados Unidos para o avanço do início dos trabalhos de plantio da nova safra.

Brasil

Já no mercado físico brasileiro, os preços da soja tiveram, em sua maioria, movimentações altistas nesta quinta-feira. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas no Oeste da Bahia (0,32% e preço de R$ 155,00).

Já as valorizações apareceram em diversas praças como Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS, Brasília/DF, Luís Eduardo Magalhães/BA e Cândido Mota/SP.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, mesmo atrasada em comparação aos últimos anos, a colheita da soja avança “a passos galopantes” se aproximando da marca de 85% das lavouras colhidas.

“Continua se falando em safra ao redor de 135 milhões de toneladas porque as lavouras que estão sendo colhidas estão mostrando bom potencial produtivo com perdas efetivas menores do que o que se esperava”, diz o analista.

Brandalizze destaca ainda que, os produtores brasileiros já negociaram mais de 85 milhões de toneladas desta safra e buscam valorizar o restante. “O mercado de porto segue na faixa de R$ 172,00 e calmaria. Todo mundo de olho e com muito suporte vindo do dólar”.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a Emater-Ascar/RS revisou sua estimativa de safra para uma produção total de 20,2 milhões de toneladas, patamar superior à projeção inicial e 80,02% maior do que o registrado na safra passada 2019/20.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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