Com valor de prêmios atrativos, área de soja convencional deve aumentar na safra 2021/2022
Os produtores rurais de Mato Grosso começam a se preparar para safra 2021/2022 e o interesse pelo plantio da soja convencional deve crescer no Estado. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que a produção total de soja seja de 35,7 milhões de toneladas em uma área de 10,3 milhões de hectares. Desta área, 5% deve ser de variedades convencionais, segundo o Instituto Soja Livre.
“Neste ano, a procura por soja convencional tem sido grande por parte dos compradores, o que fez com que os prêmios subissem e o plantio deve aumentar. Na região Leste de Mato Grosso, vemos prêmios de US$ 4 a US$ 5 a mais por saca, o que chega até a R$ 30”, revela Endrigo Dalcin, presidente do ISL.
Ele conta que há players novos no mercado de soja convencional, como empresas corretoras e também a China, que tem interesse nestas variedades. “O nosso desafio é abrir o mercado chinês para a soja convencional”, reforça Dalcin.
O diretor administrativo do ISL, Roque Ferreti, expressa preocupação, entretanto, com a alta pluviosidade durante a colheita, que já compromete alguns campos de sementes. “Isso nos faz concluir que teremos poucas sementes na safra 2021/22, os sementeiros precisam estar preparados”, diz.
Para Romualdo Barreto, CEO da Sodrugestvo e conselheiro fiscal do ISL, os produtores rurais devem apostar mais na soja convencional no próximo ano-safra. “Acredito que eles ainda estão um pouco preocupados em cumprir os contratos e temos visto muita chuva em Mato Grosso. Mas, sim, eles devem se animar com os bons prêmios que estão sendo pagos”, afirma.
O executivo reforça, entretanto, a necessidade de os compradores da soja convencional brasileira firmarem contratos de longo prazo com os agricultores para dar segurança em relação aos bônus pagos pela soja convencional. “Acredito que o ano de 2022 vai ser bem melhor em relação a este, porém os produtores esperam ser sempre bem remunerados e é um mercado incerto”, ressalta.
Para o empresário Joel Luciano Callegaro, da Campo Real de Querência (MT), a falta de um contrato mais longo para os produtores rurais que optam pela soja convencional faz com que se sintam inseguros. “Quem plantou já vendeu antecipado 50% de sua safra. Os prêmios agora estão bons, mas não tem mais soja para comercializar”, afirma.
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