Soja: Mercado brasileiro tem 4ª feira de altas generalizadas impulsionadas pelo dólar alto
A quarta-feira (3) foi de altas generalizadas para os preços da soja no mercado brasileiro, entre portos e interior do país. A disparada do dólar frente ao real, apesar da baixa registrada no finalzinho da sessão, compensou as perdas observadas na Bolsa de Chicago.
Os ganhos entre as principais praças de comercialização ficaram entre 0,64% e 3,97%, como foi o caso de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, onde o preço terminou a quarta cokm R$ 157,00 por saca. Há indicativos, porém, superando R$ 160,00 em pontos do Brasil.
No porto de Paranaguá, a soja spot subiu 0,58% e encerrou o dia com R$ 172,00 e a referência abril, com o mesmo ganho, foi a R$ 173,00. Já em Rio Grande, altas de 1,18% e 1,17$ para também R$ 172,00 e R$ 173,00. Em Santos, na referência junho, o preço foi a R$ 178,00.
O câmbio foi responsável pelo principal impulso dado aos preços no mercado brasileiro. A moeda americana operou, nesta quarta, com altas fortes durante todo o dia, superou os R$ 5,70 e chegou a registrar alta de mais de 1,7%. Apenas no final do dia, a divisa inverteu o sinal e terminou estável, cotado a R$ 5,6624.
"Investidores acionaram expressivas ordens de vendas na reta final dos negócios, após o presidente da Câmara garantir que o Congresso não permitirá furo do teto de gastos", informou a agência de notícias Reuters.
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BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa fecharam o pregão com baixas de 3,25 a 7,25 pontos - depois de perderem mais de 10 pontos ao longo do dia. Ainda assim, o março fecha com US$ 14,10 e o agosto com US$ 13,48 por bushel.
Parte da pressão, segundo analistas e consultores de mercado, veio da alta forte do dólar e de movimentos de vendas técnicas e de realizações de lucros, o que alcançou quase todas as commodities nesta quarta.
No entanto, a demanda por soja e milho menos ativa no mercado americano nas últimas semanas também pressiona, especialmente a vinda da China.
Para a soja, há uma pressão maior que vem ainda da continuidade do recuo das cotações do farelo na Bolsa de Dalian, na China, com as zoonoses - doença da orelha azul, porcina vírus e a Peste Suína Africana - se agravando em partes da nação asiática.
"A continuidade da tendência de quea do farelo na China está ligada ao ressurgimento de zoonoses", explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
Todavia, permanece em foco o clima no Brasil - que vem castigando as lavouras com o excesso de chuvas no Centro-Norte do país - e na Argentina, onde o tempo seco e quente também compromete o desenvolvimento dos campos, que estão em plena fase de enchimento de grãos.
O cenário climático na América do Sul, ainda como explicam analistas e consultores, é importante fator de suporte para a manutenção do viés de alta para os preços da soja na Bolsa de Chicago.
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