Soja tem semana volátil e fecha com mais de 4% de alta em Chicago e nos portos do Brasil
A semana foi de forte recuperação para os preços da soja na Bolsa de Chicago, com os mercado, inclusive, intensificando o movimento de altas nesta sexta-feira (29), com as posições mais negociadas terminado o dia subindo entre 12,75 e 15,75 pontos. Desde a última sexta-feira (22), o março acumulou 4,27% de alta, passando de US$ 13,11 para US$ 13,67 por bushel, enquanto o maio foi a US$ 13,63, avançando 3,97%.
Comportamento do contrato março/21 de soja na Bolsa de Chicago
Comportamento do contrato maio/21 de soja na Bolsa de Chicago
Os últimos dias foram marcados pela demanda. Os traders seguem monitorando o comportamento dos compradores e sua concentração ainda nos Estados Unidos dado o atraso da chegada da nova safra brasileira.
O início dos trabalhos no Centro-Oeste do Brasil ainda caminham em um ritmo bastante lento, e em Mato Grosso, maior estado produtor, a preocupação agora é com a concentração das atividades. Ao Notícias Agrícolas, os presidentes dos sindicatos Rurais de Tangará da Serra, Nova Mutum e Nova Xavantina relataram a necessidade de acompanhar alguns pontos importantes como a velocidade das operações, o escoamento da safra, o armazenamento e, claro, qual será a janela disponível para o plantio da safrinha de milho.
Os três líderes estiveram juntos nesta sexta, em um debate mediado pelo jornalista Guilherme Dorigatti, e afirmaram ainda que a produtividade deverá ser menor do que a média, porém, com perdas menos agressivas do que estimadas inicialmente.
Veja a íntegra:
Mais do que isso, o excesso de chuvas que em alguns pontos provoca este atraso na colheita, resulta também em perdas de produtividade e qualidade em outros pontos do Brasil, como no Paraná. Em contrapartida, no Rio Grande do Sul, o retorno de volumes melhores de precipitações contribui para uma melhor conclusão do desenvolvimento das lavouras. Todavia, a oferta no estado segue muito restrita e o será necessária uma safra "normal" para que os compromissos internos e para exportação sejam cumpridos.
+ Deral vê safra de soja do PR em 20,39 mi t; eleva previsão para safrinha de milho
"Temos a maior safra de soja do mundo entrando no mercado e, de outro lado, a demanda ainda forte, os fundos comprando, e o mercado em queda de braço. Toda vez que sobe, começa a achar vendedor", resume o consultor de mercado da Roach Ag Marketing, Aaron Edwards. "Temos também estoques apertados e oscilações fortes", complementa.
Assim, o que se observa agora é a disponibilidade de grãos para vender. "Se tivermos uma safra grande, mas o produtor não estiver disposto a vender, de nada adianta. E se houver uma quebra de safra no Brasil, podemos ter estoques ainda mais apertados. Assim, o que influencia mais o mercado é o comportamento de venda, mais do que o tamanho da safra", acredita Edwards.
O consultor afirma ainda que toda essa demanda forte e em uma consistente curva de crescimento sugere que este é o movimento do mercado "pedindo que mais áreas sejam plantadas com soja", como é esperado que aconteça na temporada 2021/22 dos EUA, outro ponto que foi destaque durante esta semana
"Essa é a tendência. Com os preços que estamos hoje temos a expectativa de se bater recordes de área (nos EUA)", explica. "É uma queda de braços. É preciso atender esta demanda". E para a nova safra norte-americana, os preços altos que vêm sendo registrados pelo milho devem intensificar a disputa por área entre as duas culturas e este ser mais um fator altista para as cotações da oleaginosa.
Assim, permanece o viés positivo para os preços, intensificado por possíeis riscos climáticos para os EUA, os quais, confirmados, poderiam levar as cotações a patamares ainda mais elevados.
MERCADO BRASILEIRO
"Para o produtor brasileiro são excelentes preços. Acredito que a palavra agora seja cautela. Fique atento tanto nas oportunidades do hoje, quanto nas boas vendas que ainda podem ser feitas mais para frente", orienta Edwards.
Assim como a volatilidade marcou o mercado internacional de soja, marcou também o andamento do dólar frente ao real, que fechou a última sessão da semana com alta de 0,82% para valer R$ 5,48. "Na semana, a cotação ficou no zero a zero e só não subiu devido ao tombo de 2,71% da terça-feira", informou a agência de notícias Reuters.
Ainda assim, de 22 a 29 de janeiro, os preços nos portos subiram mais de 4% nas principais referências. Em Paranaguá, a soja disponível fechou a semana com alta acumulada de 4,27% em R$ 170,00 por saca e em Rio Grande, de 3,11% em R$ 166,00. Já para as posições para fevereiro e março, respectivamente, os preços subiram 4,88% e 4,38% para R$ 172,00 e R$ 167,00.
Os negócios ainda são pontuais, e o produtor mantém seu foco em concluir a colheita e na entrega dos contratos já firmados anteriormente.
0 comentário

Após semana turbulenta para a soja na CBOT, preços ficam lateralziados nesta sexta-feira (16)

Soja: Mercado futuro trabalha com movimento de correção técnica nesta 6ª feira em Chicago

Com clima no radar, preços da soja retomam movimentos de baixas nesta 6ª em Chicago

Colheita da Safra de Verão chega à reta final no Rio Grande do Sul

Óleo atinge limite de baixa e promove baixas de mais de 2% nos preços da soja nesta quinta-feira (15)

Soja despenca quase 30 pts em Chicago nesta 5ª feira pressionada pela derrocada do óleo