Ritmo de colheita de soja do Brasil seguirá abaixo da média em fevereiro, diz HedgePoint
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Brasil 2020/21 deve atingir recorde de cerca de 132 milhões de toneladas, mas o ritmo de colheita só vai se normalizar em março, após um atraso no plantio decorrente da falta de chuvas, apontou nesta quinta-feira a HedgePoint Global Markets.
Com o atraso na colheita no maior produtor e exportador mundial, os preços locais e os prêmios pela soja brasileira devem se manter firmes no próximo mês, disse a coordenadora de inteligência de mercado da HedgePoint, Thaís Carvalho Italiani, em webinar realizado pela Refinitiv.
Ela comentou que o Brasil colheu apenas 2% de sua safra até este momento, enquanto ao final de janeiro deveria ter colhido cerca de 10%, segundo a média histórica.
No ano passado, nesta época, o país tinha colhido 7% de uma produção projetada em 126 milhões de toneladas em 2019/20.
A HedgePoint Global Markets (ex-ED&F Man Capital Markets OTC) estima que em meados de fevereiro o Brasil terá colhido apenas 10% da safra, ante mais de 20% pela média histórica de cinco anos no período.
"Ao final da primeira semana de março estaremos com 50% da safra colhida", disse Thaís à Reuters, após o evento, ressaltando que no início de março fecha-se finalmente o "gap" do atraso.
Em 28 de fevereiro, pela média histórica, o Brasil tem quase 40% de sua safra colhida.
A analista comentou que o atraso na colheita deve acirrar a disputa por soja, uma vez que indústrias processadoras e exportadores lidam desde o final do ano passado com estoques baixos.
O atraso, disse ela, explica as baixas exportações previstas para janeiro deste ano, o que deve resultar em um maior volume em fevereiro.
Enquanto isso, a demanda por soja norte-americana por parte da China, maior importador global, segue forte, notou o chefe da área de grãos e algodão da HedgePoint Global Markets, Marcelo Lacerda, durante a webinar.
Ele destacou também os grandes compromissos de exportação dos EUA, enquanto o Brasil lida com o atraso na safra, o que deverá reduzir os estoques norte-americanos.
(Por Roberto Samora)
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