Soja sobe mais de 3% no interior do Brasil acompanhando novas altas em Chicago nesta 4ª

Publicado em 06/01/2021 17:51 e atualizado em 06/01/2021 23:58

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Os preços da soja no mercado brasileiro registraram um novo dia de altas fortes nesta quarta-feira (6) em quase todas as praças de comercialização do país pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Acompanhando mais uma sessão de altas na Bolsa de Chicago e do dólar subindo frente ao real, os indicativos marcaram ganhos de até 3,56%, como foi o caso de Eldorado, no Mato Grosso do Sul, com a saca encerrando o dia a R$ 145,50. Em Castro, no Paraná, apesar da estabilidade, o preço encerrou o dia com R$ 160,00 de referência. 

O momento continua sendo de muita força para o mercado brasileiro diante, principalmente, dos fundamentos, seja do lado da oferta, seja do lado da demanda. A pressão de venda agora é limitada, com poucos novos negócios acontecendo e os produtores já tendo comprometido cerca de 60% da temporada que começa a ser colhida nas próximas semanas. 

E segundo explicam analistas e consultores de mercado, as oportunidades que o mercado nacional ainda tem pela frente - considerando, inclusive, todo o potencial da demanda interna - são bastante promissoras. Assim, mais a diante a comercialização brasileira deve recuperar seu ritmo forte e participar de momentos que podem ser ainda melhores no mercado, ainda de acordo com especialistas. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa fecharam o pregão com altas de 11,50 a 15,25 pontos. O janeiro encerrou o dia com US$ 13,65 e o março, US$ 13,61 por bushel. 

O mercado, como já aconteceu nas últimas três sessões, tem se ajustado depois de algumas disparadas, mas sem perder a força e o viés de alta. Além dos fundamentos positivos, afinal, os fundos investidores têm carregado uma posição recorde comprada não só na soja, mas também nos derivados, mais um combustível para a sustentação dos indicativos. 

O foco permanece sobre os fundamentos, que são muito fortes neste momento. Os traders continuam dando espaço à relação de oferta e demando muito ajustada, registrando níveis críticos e com um déficit de produto de ao menos 10 milhões de toneladas, na avaliação da Pátria Agronegócios. 

Enquanto isso, as condições de clima na América do Sul seguem preocupando, principalmente na Argentina. As chuvas são muito limitadas e as lavouras continuam sentindo a pressão em seu desenvolvimento e conclusão do plantio. 

Mais do que nos fundamentos, o mercado em Chicago se apoia ainda na posição comprada recorde dos fundos de investimento. Entre soja, milho, trigo, farelo e óleo são quase 800 mil contratos, superando o recorde de 2012 de 780 mil. Entre 28 de dezembro e 4 de janeiro, foram adicionados 103,777 mil contratos, com os fundos sendo motivados, essencialmente, pela força dos fundamentos que estimulam o avanço das cotações. A relação apertada entre a oferta e a demanda globais é clara, já cria ambiente para uma inflação entre os alimentos no mundo todo e favorece ainda mais este comportamentos dos fundos. 

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Mercado de soja está em "modo racionamento" com clima na Argentina, diz executivo da Cargill

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(Reuters) - O mercado global de soja fez uma transição para o "modo racionamento", diante da oferta restrita e da seca que afetou a safra da Argentina, o que gerou o rali mais forte de preços da oleaginosa em anos, disse o chefe de Suplly Chain da Cargill , Joe Stone, nesta quarta-feira.

"Vamos precisar racionar. A extensão de quanto vamos precisar racionar provavelmente será uma função do clima que vemos na Argentina", disse Stone durante um webinar realizado pelo U.S. Soybean Export Council.

Ele não deu detalhes sobre como esse racionamentoocorreria.

Os preços internacionais de grãos e oleaginosas dispararam à medida que a China e outros compradores globais aceleraram as compras devido a preocupações com a segurança alimentar e redução da oferta em meio ao clima adverso na América do Sul e outras áreas de produção agrícola ao redor do mundo.

A Argentina suspendeu no mês passado as exportações de milho até março para conservar o abastecimento doméstico, e a Rússia impôs tarifas sobre os embarques de trigo e soja em meio a preocupações com o aumento dos preços dos alimentos no país.

O principal importador de soja, a China, registrou compras recordes do grão nesta temporada. Os embarques também recordes do Brasil levaram o maior exportador da oleaginosa a importar grãos dos Estados Unidos.

A mudança de um superávit da safra global nos últimos anos para a oferta mais restrita em pelo menos sete anos levou os preços de referência da soja nos EUA para máximas de seis anos e meio na bolsa de Chicago.

 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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