China compra mais de 600 mil t de soja dos EUA nesta 3ª; Chicago opera estável
A necessidade de grãos da China continua falando mais alto do que suas desalinhadas relações com os Estados Unidos e novas compras por parte da nação asiática no mercado norte-americano foram registradas nesta terça-feira (8). De acordo com informações do reporte diário do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), foram 664 mil toneladas de soja para a China e 101,6 mil toneladas de milho para destinos não revelados. Todo o volume refere-se à safra 2020/21.
A notícia das operações vem no dia seguinte das declarações do presidente americano Donald Trump sobre endurecer suas relações com a China, em uma coletiva de imprensa. O líder americano afirmou que poderia proibir a importação de produtos que utilizem algodão da região de Xinjiang, na China, pelos EUA, alegando questões ligadas à violação de direitos humanos na localidade em questão.
"Trump ainda vai atacar muito a China até as eleições, ele sabe o caminho das pedras e vai fazer isso. Ao mesmo tempo, ele afirma que a China nunca comprou tanta soja e milho dos EUA", explica o economista especializado em economia internacional e professor do Insper, Roberto Dumas Damas. "E ele não pode simplesmente proibir situações, pois há um emaranhado de supply chains na China que são importantes para os EUA. E ele também não afetaria só a China, mas outros países também como Japão, Coreia do Sul e até mesmo o Brasil", completa.
MERCADO EM CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, a notícia acaba com impacto limitado, uma vez que o dia é de foco nessas preocupações e na aversão ao risco que permeia os negócios nesta terça-feira. Assim, os futuros da soja já testaram os dois lados da tabela e caminha sem direção no início da tarde de hoje. Por volta de 13h (horário de Brasília), as cotações trabalhavam com pequenas altas de 0,25 a 0,75 ponto, enquanto as demais testavem leves perdas.
Assim, o novembro tinha US$ 9,78, enquanto o maio/21 tinha US$ 9,75 por bushel.
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