Brasil renova recorde nos embarques de soja, segue negociando e mantém competitividade forte

Publicado em 28/04/2020 09:18 e atualizado em 28/04/2020 13:59
Disponibilidade do produto brasileiro é cada vez mais ajustada, mas compradores mantêm concentração

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As exportações brasileiras de soja já superaram o recorde esperado e somam 13,22 milhões de toneladas, de acordo com os últimos números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Dessa forma, no acumulado do ano, os embarques nacionais da oleaginosa já chegam a 31,4 milhões de toneladas, registrando mais um número recorde, como tem sido todos os dados da commodity para 2020. 

No ano passado, nesse mesmo período, o volume embarcado de soja era de pouco mais de 24 milhões de toneladas. "O ritmo dos embarques segue a todo vapor, em função do dólar, que bate recorde em cima de recorde e, assim, os
negócios continuam fluindo", diz Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

Ao olhar ainda mais detalhadamente os números, é possível observar que o fluxo diário dos embarques também se mostra muito forte, com média, na última semana, de 826 mil toneladas/dia. Dessa forma, com o ritmo sendo mantido e mais 5 dias úteis a serem contabilizados, há a possibilidade de que as exportações de soja este mês alcancem as 16 milhões de toneladas. 

O principal destino da soja brasileira continua sendo a China. Apesar de algumas compras feitas nos EUA na última semana, a competitividade do Brasil continua atraindo os compradores, em especial os chineses, que já haviam afirmado que comprariam o grão onde ele estivesse mais barato. 

"O câmbio brasileiro nos atuais patamares permite ao exportador no Brasil colocar nosso grão a preços competitivos para o comprador internacional e, ao mesmo tempo, remunerar com preços mais altos ao produtor rural que possui soja disponível", explicam os diretores da ARC Mercosul. 

PREÇOS

A disponibilidade do produto brasileiro, porém, é cada dia mais ajustada e para o segundo semestre, portanto, já se espera uma escassez e preços que podem estar ainda mais elevados. Reflexo disso são os prêmios para a soja do Brasil versus os prêmios para a soja dos EUA. 

A oleaginosa americana para junho têm prêmio de 70 cents sobre os valores de Chicago, contra 65 no caso da norte-americana. Para julho, no porto de Paranaguá, esse valor sobe a 80 centavos de dólar e, para agosto, 90, ainda de acordo com o levantamento da ARC. Em reais por saca, são R$ 82,74 em Sorriso, Mato Grosso, e R$ 92,68 em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, contra R$ 98,10 em iowa e R$ 101,69 em Illinois. 

"Não é porque a China começou a comprar dos EUA que o Brasil ficou fora do jogo. A China vai se abastecer, vai recompor seus estoques", diz Fernando Pimentel, consultor de mercado da Agrosecurity Consultoria. inda como afirma o consultor, somente na semana passada foram vendidos 26 cargos da oleaginosa do Brasil.  

EXPORTAÇÕES RECORDES

Nesta segunda-feira (28), a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, participou de uma entrevista coletiva ao lado do presidente Jair Bolsonaro e  afirmou que as exportações agropecuárias brasileiras serão recordes neste ano e disse ainda que "temos alimento para nossos 212 milhões de brasileiros e ainda o excedente para exportar e ajudar a balança comercial". 

Mais do que isso, a ministra voltou a reforçar que a logística segue operando normalmente, sem entraves, em todo o país e que, dessa forma, o abastecimento também segue normalizado. "E isso desde o primeiro dia", disse Tereza Cristina. 

O Ministério da Agricultura, entre outras medidas, segue pleiteando a aprovação das medidas de socorro ao setor sucroenergético - que são de extrema urgência, segundo representantes do setor - e o adiantamento do anúncio do Plano Safra. 

Abaixo, veja o pronunciamento de Tereza Cristina:

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Tags:
Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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