China concede isenção de taxas de importações de soja dos EUA, dizem fontes

Publicado em 06/03/2020 08:54

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A China concedeu isenções tarifárias para alguns processadores importarem soja dos EUA, disseram cinco fontes à Reuters, em consonância com o plano anunciado em fevereiro, com o objetivo de cumprir os compromissos do acordo comercial da Fase 1 com os Estados Unidos.

A isenção, que entrará em vigor a partir do dia da emissão, será válida por um ano, disseram fontes informadas sobre o assunto.

"Muitas empresas solicitaram a isenção e obtiveram a aprovação. Não foi difícil", disse uma das cinco fontes, que pediram anonimato porque não estavam autorizadas a falar com a imprensa.

Como parte do acordo da Fase 1 assinado em janeiro, a China prometeu comprar pelo menos 12,5 bilhões de dólares adicionais em produtos agrícolas dos EUA em 2020 e pelo menos 19,5 bilhões de dólares em 2021, acima do nível de 24 bilhões de dólares de 2017.

O governo pediu aos interessados planos de compra mensais, disse uma segunda fonte de uma grande trading.

No final de fevereiro, Pequim anunciou que concederia isenções de taxas retaliatórias a 696 produtos dos EUA, incluindo soja e grãos.

Os importadores de soja ficarão isentos das tarifas extras impostas às cargas dos EUA durante uma guerra comercial, que atualmente é de 27,5%, após um pequeno corte em 14 de fevereiro.

A China também concedeu isenções tarifárias para alguns importadores comprarem sorgo, trigo e grãos secos de destilaria (DDGs) dos EUA, entre os produtos de sua lista, disseram traders.

"Acho que isso se aplica a tudo na lista", disse um trader de grãos de uma empresa estatal.

"Quando você solicitar a isenção tarifária, poderá obtê-la. Basicamente, não há obstáculo", disse o trader.

Importadores chineses compraram um grande volume de sorgo nos EUA nas últimas semanas.

Embora os preços do sorgo e do trigo dos EUA sejam bons sem tarifas adicionais, a soja, a principal exportação agrícola dos EUA para a China, enfrenta forte concorrência das cargas brasileiras.

"Na realidade, o grão americano só começará a ser comercializado em agosto/setembro, já que o Brasil tem uma safra abundante", disse um trader de Cingapura.

Para o embarque de abril, a soja brasileira para a China custou cerca de 382 dólares a tonelada, incluindo custo e frete, comparado aos preços dos EUA cotados a 395 dólares por tonelada, disse ele.

Processadoras chinesas, atraídas por bons lucros, fizeram grandes compras de grãos brasileiros nas últimas semanas.

"Não faz sentido esmagar o grão americano agora, mesmo sem tarifas extras. O brasileiro é muito mais barato", disse um gerente de um grande processador no norte da China, cuja planta está bem coberta até junho, principalmente com soja brasileira.

"Acho que a isenção tarifária serve principalmente como uma dica para os importadores de que não há problema em reservar soja nos EUA nos próximos meses, talvez depois de setembro", acrescentou.

"Mas, no final, ainda depende dos preços."

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Fonte:
Reuters

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