Brasil fecha semana com liderança ainda firme no comércio global de soja após acordo China x EUA

Publicado em 24/01/2020 18:19

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O mercado da soja encerrou a semana no vermelho na Bolsa de Chicago ainda sentindo a pressão da falta da demanda da China nos EUA. Os traders esperavam alguma nova informação sobre compras - embora o acordo só entre em vigor no dia 15 de fevereiro - que não chegou e que segue confirmando a maior competitividade do Brasil.

Na última quarta-feira, houve relatos de novas compras da China no Brasil e da confirmação de que a demanda segue muito presente no mercado nacional. E essq presença tem, inclusive, contribuído para manter positivos os prêmios para a soja brasileira. 

Como mostra um levantamento da Brandalizze Consulting, os vendedores pedem no prêmio algo entre 75 e 100 cents de dólar entre as posições principais de entrega, enquanto os compradores oferecem algo de 25 a 65 cents. Tal diferença e os produtores já tendo comercializado boa parte da safra 2019/20, faz com que os novos negócios aconteçam, porém, em ritmo um pouco mais lento e de forma pontual. 

A semana termina também com a chegada do feriado do Ano Novo Lunar na China, o feriado mais longo e mais importante do país, o que deve manter as operações também um pouco mais restrita nos próximos dias. 

"Assim como a ARC vem alertando desde o fim de novembro, a Fase 1 do Acordo não deveria ameaçar a estrutura de exportações mundiais da soja. O Brasil continuará liderando os embarques do grão para a China, desde que os preços se mantenham em patamares competitivos com um câmbio desvalorizado", afirma a consultoria ARC Mercosul. 

E nesta sexta-feira, o dólar voltou a subir em alta - com ganho de 0,45% - e valendo R$ 4,18. Este tem sido um dos mais importantes fatores de manutenção da liderança do Brasil no comércio global da oleaginosa.

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O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, nesta sexta-feira (24), novos números das vendas semanais de grãos do país e os dados da soja ficaram dentro das expectativas. Na semana encerrada em 16 de janeiro, o país compreteu 790 mil toneladas da safra 2019/20 diante das projeções de 700 mil a 1,3 milhão de toneladas. A China foi a maior compradora. 

A nação asiática comprou dos EUA, até o último dia 16, 11,6 milhões de toneladas de soja da safra 2019/20 e salvo o ano passado, este é o menor volume para o período desde a temporada 2007/2008. 

"A China fez grandes promessas, mas 9 dias após o acordo, ainda não há sinais de grandes compras", disse a especialista em commodities da Reuters Internacional, Karen Braun. No entanto, o acordo entra em vigor 30 dias após sua assinatura e, conforme vem sendo afirmado por autoridades chinesas, a nação asiática fará suas compras - não só de soja - acompanhando as condições do mercado. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, as cotações terminaram o dia com baixas de pouco mais de 7 pontos nos principais contratos. O março terminou a semana com US$ 9,02, o maio com US$ 9,15 e o julho com US$ 9,29 por bushel. 

Como explicou o analista de mercado da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, a China teria que comprar entre 40 e 50 milhões de toneladas de soja nos EUA para cumprir o acordo em 2020. No entanto, o mercado ainda desconfia fortemente desta condição. 

No link abaixo, veja sua entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira na íntegra:

>> China teria que comprar entre 40 e 50 mi/t de soja dos EUA para cumprir acordo em 2020. Mercado desconfia e preços recuam

China deve comprar de 50% a 60% da meta de grãos de acordo com EUA, diz Rabobank

Nova York, 24 - A compra de grãos e oleaginosas dos Estados Unidos pela China deve atingir apenas de 50% a 60% da meta estabelecida para 2020 e 2021 no acordo comercial assinado entre os dois países, avalia o banco Rabobank. "Isso significa que a China terá de comprar grandes volumes de outros produtos agrícolas, como carne, frutos do mar, laticínios e algodão, para compensar a diferença", afirma o analista do banco, Lief Chiang.

Segundo o banco, para facilitar maiores compras, portanto, espera-se que em breve parte das tarifas de retaliação existentes sejam removidas do pacto. Fonte: Dow Jones Newswires

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Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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