Soja opera do lado positivo da tabela em Chicago, mas ainda com estabilidade nesta 5ª
Os preços da soja passaram a trabalhar do lado positivo da tabela na Bolsa de Chicago no início da tarde desta quinta-feira (19), embora ainda de forma tímida. Por volta de 13h30 (horário de Brasília), as cotações registravam leves altas de 2,75 a 4,75 pontos nos principais contratos, com os avanços mais expressivos nas posições mais próximas.
O contrato novembro tinha US$ 8,91 por bushel, enquanto o maio valia US$ 9,27.
O mercado encontrou algum suporte nas vendas semanais norte-americanas para exportação, divulgadas nesta quinta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Foram de 1,728 milhão de tonelada, acima das expectativas do mercado, que variavam de 700 mil a 1,1 milhão de toneladas.
Os maiores compradores da oleaginosa norte-americana foram a China, o México e o Egito.
E embora as vendas semanais tenham sido fortes e acima do esperado, no acumulado do ano comercial o total de 11,181 milhões de toneladas ainda se mostra abaixo do mesmo período do ano anterior em 37%.
Ainda assim, os traders seguem à espera de novas informações, principalmente do lado da demanda, e atuam com cautela, buscando um bom posicionamento antes da chegada destas notícias.
E nesta quinta, negociadores chineses e americanos se encontram em Washington para preparar o ambiente para os times do alto escalão que se reúnem na capital americana em outubro. Segundo especialistas, esse primeiro encontro - depois de dois meses do último - acontece em meio a muitas diferenças e desacordos.
"O mercado continua não se impressionando com 3 dias consecutivos de compras de soja americana pela China (já vimos esse filme antes e a guerra comercial continua) e, portanto, preferam esperar as reuniões do início de outubro para ver se vale a pena se posicionar com mais otimismo", explica o consultor da Cerealpar e da AgroCulte, Steve Cachia.
E o executivo explica ainda que a pressão sazonal da colheita nos EUA também ainda pesa sobre os preços em Chicago neste momento. Para o milho, os trabalhos de campo já começaram. "Fora noticias de exportações, só uma mudança nos mapas climaticos (geada) para as proximas 2 semanas será capaz de animar os traders", conclui Cachia.
No Brasil, o atraso das chuvas também chama a atenção e ainda não dá condições de plantio para alguns estados importantes que já têm a semeadura liberada, como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os níveis de umidade do solo ainda são insuficiente e o calor intenso continua.
No cenário externo, os traders acompanham esse início de safra um tanto preocupante para os produtores brasileiros, porém, sem ainda trazer reflexos para o mercado.
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