Soja: Semana começa com preços fortes no BR frente ao mais alto patamar do dólar em 1 ano
A falta da referência internacional para os preços da soja nesta segunda-feira (2) foi compensada pela forte alta do dólar para, ao menos, manter as referências firmes nos portos do Brasil neste início de semana. Nos principais terminais de exportação, os indicativos seguem variando entre R$ 87,50 e R$ 89,50 por saca, entre a soja disponível e para o mês seguinte.
Nos melhores momentos, os preços chegam a alcançar aos R$ 90,00 ou até mesmo superar este patamar, quando os prazos de pagamento são um pouco mais alongados. E tais momentos são oportunidades criadas ainda pela combinação de prêmios muito fortes, demanda aquecida pela soja brasileira, as cotações buscando alguma estabilidade na Bolsa de Chicago e o câmbio.
Nesta segunda, a moeda norte-americana foi intensificando suas altas ao longo do pregão para encerrar o dia com avanço de 1% e valendo R$ 4,18. O dia também teve menos volume de negócios em razão do feriado dos EUA e a falta de referência, porém, registrou um dos mais elevados patamares em, pelo menos, um ano.
Leia mais:
>> Dólar fecha em alta de 1% em meio a cautela no exterior
"Voltamos a ver o dólar, mesmo com o mercado americano fechado, ganhando força contra outras moedas e o real está entre elas", explica o analista de mercado da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin.
Diante de todas estas variáveis, a principal orientação de Vanin é de que o produtor esteja atento às suas combinações. "A demanda está indo e voltando, a China vem, compra volumes, e sai do mercado, comprando sempre da mão para a boca e isso não deve mudar no curto prazo", diz. E mesmo com preços interessantes, ainda mais em reais, as vendas têm que obedecer uma estratégia, acompanhando uma "sazonalidade bem definida e para os prêmios aqui no Brasil tem um momento em que eles começam sua descida e isso, no ano passado, aconteceu em novembro", explica o executivo.
No link abaixo, confira a íntegra da entrevista de Eduardo Vanin ao Notícias Agrícolas:
Além dos fatores já conhecidos, a semana começa ainda com uma nova fase da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Começaram a valer neste domingo, 1º de setembro, uma nova rodada de tarifas dos EUA sobre produtos chineses. Na sequência, nos próximos dias, são as novas taxas da nação asiática que entram em vigor.
Enquanto isso, a demanda da China por soja segue muito concentrada no Brasil. E dessa forma, para o o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, essa semana deverá ser outra importante para os negócios no Brasil.
"O mercado da soja deverá mostrar bom volume de compradores nestes próximos dias e, certamente, a maior parte nos portos para levar o grão para a exportação. Há um grande interesse externo, principalmente dos chineses que andaram levando um grande volume de navios nos últimos dias", diz o consultor.
Mais do que isso, para Brandalizze, os negócios com a safra nova também deverão voltar a fluir, mesmo que de forma ainda comedida, diante da demanda chinesa para o produto 2019/20 também começando a crescer e se fortalecer.
0 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira