Soja: Com números do USDA precificados, mercado fecha estável nesta 6ª em Chicago
O mercado esperava com ansiedade pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira (8), mas os impactos das informações parecem ter sido limitados.
As informações chegaram, vieram trazendo alterações consideráveis em relação aos números de dezembro, os quais parecem já estarem precificados na Bolsa de Chicago, onde as variações, mais uma vez, foram bem tímidas.
Os preços da oleaginosa subiram entre 2,75 e 3,25 pontos nas posições mais negociadas, com o março ainda nos US$ 9,16 e o maio valendo US$ 9,30 por bushel.
"Nós estamos certos em voltar a acompanhar o progresso das conversas entre China e Estados Unidos e o clima na América do Sul", diz o analista sênior da consultoria Futures International, Terry Reilly, à Reuters Internacional.
A próxima rodada de negociações entre americanos e chineses acontece na próxima semana, em Pequim, onde desembarca uma delegação dos EUA na segunda-feira, dia 11, segundo confirmou a Casa Branca. O fim da trégua entre os dois países termina no dia 1º de março e, também confirmado pelos dois governos, os presidentes Donald Trump e Xi Jinping não deverão se encontrar até lá.
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Ao mesmo tempo, o mercado ainda se depara com irregularidades no clima da América do Sul, principalmente no Brasil, onde a colheita avança e mostra, em boa parte dos principais estados produtores, índices de produtividade abaixo do inicialmente projetado.
No entanto, para os próximos cinco dias, são previstas, segundo informa a ARC Mercosul, boas chuvas para o sul do Brasil, sul do Paraguai e norte da Argentina.
"Relatos de clientes da ARC no Brasil já trazem preocupações com as precipitações intensas durante o período de colheita da safra-verão. No Centro-Oeste, já há casos de talhões de soja perdendo peso pela falta de janela para colheita. Entretanto, este cenário não se estende por todo o país", dizem os analistas da consultoria.
Números do USDA
O relatório do USDA trouxe, confirmando as expectativas dos traders, uma redução das safras de soja dos EUA, do Brasil e levemente da Argentina, bem como dos estoques finais norte-americanos e globais da olegianosa.
Ainda assim, porém, os estoques finais mundiais permaneceram em 106,7 milhões de toneladas - contra 115,3 milhões de estimadas em dezembro - e seguem em patamares recordes.
No Brasil, a safra passou de 122 para 117 milhões de toneladas e, nos EUA, os estoques caíram de 25,99 para 24,77 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, o USDA reduziu ainda as exportações americanas para 51,03 milhões de toneladas, e as importações da commodity pela China de 90 para 88 milhões de toneladas.
"Em linhas gerais, a atualização de hoje já havia sido precificada anteriormente pela especulação. Contudo, o cenário atual para os futuros da soja conti- nua com o maior peso de interferência sobre a resolução política entre os EUA e a China. O montante do grão disponível no globo limita a tentativa de alta agressiva e duradoura", complementam os analistas da ARC Mercosul.
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Mercado Brasileiro
Neste contexto, o cenário para os preços no Brasil permanece, praticamente, inalterado. Nos portos, as referências terminaram o dia com estabilidade novamente. Nem mesmo a alta do dólar frente ao real nesta sexta foi suficiente para puxar as cotações.
A moeda americana fechou com ganho de 0,63% e valendo R$ 3,73.
"Tem um certo desconforto com relação à saúde de Bolsonaro que pode atrasar a composição política pra fazer a reforma", afirmou mais cedo o estrategista de renda fixa da Coinvalores Corretora, Paulo Celso Nepumoceno à Reuters.
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Em Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 76,50 e R$ 77,50 para março. Já em Rio Grande, R$ 75,00 no spot e R$ 75,50 para o mês seguinte.
Com os patamares inalterados nos portos, os negócios também seguem caminhando de forma muito lenta no Brasil, uma vez que não atraem os vendedores.
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