Soja: Prêmios batem nos US$ 3 no Brasil nesta 3ª feira com queda do dólar e na Bolsa de Chicago
O mercado da soja começou o dia operando com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (9), mas foi intensificando suas baixas para terminar o dia em campo negativo. As baixas entre os principais contratos foram de pouco mais de 5 pontos.
Dessa forma, o vencimento novembro/18 ficou em US$ 8,63 por bushel, sendo este ainda o mais negociado neste momento, enquanto o maio/17, que é referência para a nova safra do Brasil, encerrou o dia com US$ 9,02.
Segundo explicam analistas internacionais, o mercado sente a pressão do aumento de produção nos EUA que poderia vir no novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (11).
"Qualquer volume que seja adicionado na safra americana será adicionado também aos estoques e isso pressiona o mercado, que já está precificando o que pode vir nesse boletim", diz o analista de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.
E dessa forma, a pressão sobre as cotações em Chicago deve persistir até que os novos números sejam divulgados.
Além disso, pressionam também os preços as exportações norte-americanas ainda limitadas pela falta da China por conta da taxação de 25% sobre o produto dos EUA, ainda segundo o executivo, e isso segue no radar dos traders.
Nesta terça, os números dos embarques de soja dos EUA, também informados pelo USDA, ficaram dentro das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 4 de outubro, os Estados Unidos embarcaram 569,776 mil toneladas de soja, enquanto o mercado esperava algo entre 490 mil e 900 mil toneladas. Com um total dentro do esperado, o volume acumulado na temporada é de 3.540,940 milhões de toneladas, contra mais de 5,4 milhões do ano passado, nesse mesmo período.
Além disso, os mapas climáticos para os Estados Unidos já começam a mostrar certa trégua nos próximos 8 a 14 dias e, se confirmando essas condições, os trabalhos de campo poderiam retomar seu ritmo e voltar a pressionar as cotações.
Preços no Brasil
Os preços da soja no Brasil continuaram recuando nesta terça-feira na medida em que não só o dólar voltou a cair de forma expressiva - cerca de 1,5% somente nesta sessão - mas com as cotações perdendo força também na Bolsa de Chicago.
Somente em Paranaguá, a soja disponível perdeu 5,26% nesta terça-feira, fechando o dia com R$ 90,00 por saca, enquanor a safra nova foi a R$ 82,00, com baixa de 3,53%. Em Rio Grande, queda de 1,09% no disponível e de 1,08% para novembro, com preços de R$ 90,50 e R$ 92,00 por saca, respectivamente.
Ainda segundo Cogo, esse é "o pior momento para os preços e o produtor deve esperar para voltar ao mercado e voltar a vender". Como explica o consultor, essa combinação de dólar e Chicago em queda ainda deve durar por uns dias e o que continua a sustentar os preços para o produtor brasileiro são os prêmios.
"Os prêmios têm tido uma escalada quase que ininterrupta. Para ser ter uma ideia, nesta terça houve oferta com até US$ 3,00 por bushel de prêmio já que no spot não tem mais nada de soja e o comprador tenta originar aqui no Brasil, tenta fazer com que seja atraente para o vendedor brasileiro", explica.
E não é só no disponível que os prêmios estão fortalecidos, mas para a soja da safra nova também. "O que se esperava de prêmios mais baixos para maid adiante pode não se confirmar", diz Cogo, mostrando que já há uma sinalização de que a oferta da nova temporada brasileira também será ajustada e disputada. Para essa soja, os prêmios chegam a bater em US$ 1,30 e mais nos meses entre março e maio.
Com uma nova baixa, o dólar fechou o pregão desta terça cotado a R$ 3,7107, perdendo 1,47%. Ainda animado com o resultado do primeiro turno das eleições no Brasil, a divisa deu continuidade ao movimento de queda iniciado nesta segunda (8).
"O otimismo doméstico está se sobrepondo ao exterior. É muito recente o resultado de domingo", disse o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado à agência de notícias Reuters, acrescentando que o fato de o dólar ter fechado longe das mínimas na véspera favoreceu o movimento nesta sessão.
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