Hedge em soja afeta resultados da gigante Louis Dreyfus
Por Gus Trompiz
PARIS (Reuters) - A empresa Louis Dreyfus, uma das maiores tradings de commodities agrícolas do mundo, informou que ajustes em sua política de hedge para a soja contribuíram para uma queda acentuada nos lucros do primeiro semestre, mas devem trazer ganhos para o restante do ano.
A Louis Dreyfus disse que o lucro líquido do grupo, incluindo operações descontinuadas, caiu de 160 milhões para 100 milhões de dólares. Excluindo-se os ativos desinvestidos, notadamente seu lucrativo negócio de comércio de metais, o lucro líquido caiu para 67 milhões de dólares, de 134 milhões.
Os lucros menores vêm em um momento delicado para a empresa de 167 anos, que acaba de passar por uma reformulação administrativa e cuja acionista controladora, Margarita Louis- Dreyfus, precisa encontrar 2 bilhões de dólares para sustentar a unidade de açúcar brasileira, a Biosev, e comprar fatias minoritárias da família.
No entanto, ecoando os comentários feitos pelo presidente-executivo, Ian McIntosh, após a sua nomeação, há duas semanas, a empresa disse que espera um ano decente.
"O lucro líquido mais baixo reflete uma marcação a mercado temporariamente negativa, reconhecida pelo grupo em 30 de junho, atribuível à nossa estratégia de hedge de travar as margens do esmagamento de soja", disse a Louis Dreyfus em comunicado.
"Isso garantirá um alto retorno de nossas atividades de processamento em todo o ano de 2018."
As vendas do primeiro semestre ficaram estáveis, em 18,8 bilhões de dólares, uma vez que a queda de 6,3 por cento nos volumes vinculados aos desinvestimentos de ativos foi compensada por preços mais altos.
Um dividendo de 411 milhões de dólares também foi concedido aos acionistas com base nos resultados de 2016 e 2017.
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