Argentina: baixa do rio Paraná traz complicações para a exportação de soja e derivados em Gran Rosario
A última seca na Argentina, que causou uma queda nos rendimentos da produção agropecuária da última safra, trouxe agora outro problema para o setor: a baixa do rio Paraná, que faz com que as embarcações tenham que carregar 10% a menos (4000 toneladas cada) de grãos nos portos de Gran Rosario.
Segundo o registro da Prefeitura Naval, a altura do rio em Rosario estava em 2,06 metros na sexta-feira (10). Este volume aumentou 20 centímetros em 24 horas, o que traz um respiro à difícil situação pela qual o setor agroexportador do país passa.
Dados do Instituto Nacional de Água (INA) destacam que espera-se um aumento na altura do rio para a próxima quinta-feira (16), quando este chegaria a 2,10 metros. Mas a Prefeitura Naval diz que ainda não se sabe se essa tendência vai se manter ou se voltará a cair. Isso depende das chuvas no sul do Brasil.
Os dados históricos mostram a gravidade da baixa atual. Os registros obtidos nas últimas semanas mostram que a altura do Paraná no porto de Rosario é a mais baixa desde 2008. Em 3 de agosto de 2018, este estava em 1,90 metros, superando o registro mais baixo já anotado, que havia sido de 2,37 metros na mesma data de 2008.
Na zona de Gran Rosario está 78% da capacidade de processamento de oleaginosas da Argentina. Em 70 quilômetros de costa, que vai de Arroyo Seco a Timbúes, com epicentro na cidade de Rosario, estão 29 terminais portuários, dos quais 19 despacham grãos, óleos e subprodutos e 12 possuem processadoras próprias. Além disso, existem outras oito processadoras na zona, que totalizam 20 indústrias que demandam grãos para fabricar óleo e farelo, entre outros produtos advindos de oleaginosas.
Ainda que não haja um cálculo econômico do impacto que este fator terá na economia, a Câmara da Indústria de Óleos da República Argentina (Ciara) sinalizou ao La Nación que "esta situação afeta aos terminais e à indústria com portos sobre o Paraná porque diminui a carga das embarcações, o que provoca maiores custos de frete e logística. Os barcos devem completar a carga em portos de águas profundas como Bahía Blanca e Quequén".
Um boletim da Bolsa de Comércio de Rosario (BCR) destaca que, entre 1 e 8 de agosto, 61 embarcações entraram nos portos para carregar soja, óleo e farelo. Nas embarcações graneleiras, a perda de carga que se gera por não haver 34 pés de profundidade é de 3200 a 5000 toneladas.
Especialistas da BCR dizem que "se chovesse no sul do Brasil, a água demoraria aproximadamente 30 dias para chegar à nossa zona, mas há de se ter em conta que a maioria das represas também baixaram seu nível de água".
Veja as fotos de Marcelo Manera para o La Nación:
Tradução: Izadora Pimenta
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