Soja: Preços no Brasil são sustentados pelo dólar e prêmios, mas fretes ainda travam fluxo

Publicado em 04/07/2018 18:14

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Sem a referência dos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago, os preços da soja no mercado brasileiro também não apresentaram grandes modificações nesta quarta-feira (4). Com o feriado do Independence Day nos EUA, o mercado internacional não funcionou e os negócios serão retomados nesta quinta (5). 

Assim, das praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, apenas algumas delas registraram variações, como foi o caso da baixa de 0,14% em São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, para R$ 69,90 por saca ou de 1,38% em Brasília, onde a referência foi a R$ 71,50. 

Nos portos, os preços permaneceram estáveis. Em Paranaguá, a soja disponível conseguiu manter os R$ 89,00 por saca e, em Rio Grande, R$ 86,00. Ainda no terminal paranaense, R$ 81,00 para março/19 e, no gaúcho, R$ 87,50 para agosto deste ano. 

Como explicou o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da agência Safras & Mercado, o que ainda cria um importante colchão para os preços da soja brasileira é a combinação do dólar e dos prêmios bastante elevados. "O mercado está aproveitando esse momento e deve mesmo aproveitar com esses dois fatores favoráveis", diz. 

Entre os prêmios, os valores seguem superando os US$ 2,00 por bushel sobre os preços praticados em Chicago nas principais posições de entrega nos terminais brasileiras, não só compensando os baixos e preocupantes patamares do mercado internacional, mas reforçando também a demanda intensa pela soja brasileira. 

A guerra comercial entre China e Estados Unidos continua e as tensões estão cada vez maiores, com a proximidade do início da validade das tarifações de Donald Trump sobre parte dos produtos americanos, o que faz os compradores da nação asiática buscarem alternativas e migrarem para outros fornecedores. 

"Há um deslocamento da demanda chinesa para os portos brasileiros e isso também favorece os prêmios", diz Gutierrez. 

Sobre o dólar, a moeda americana fechou mais um dia em campo positivo e cotada a R$ 3,9130. Em um pregão mais fraco, também em função da falta da referência internacional, os investidores optaram por manter alguma cautela, evitando a tomada de posições mais intensas. 

"Faltam motivos para uma rodada de mau humor, mas também não há força para o contrário", afirmou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado à Reuters. 

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Na contramão desses fatores positivos, porém, um desacordo sobre a questão dos fretes mantém o fluxo de negócios ainda bem abaixo do comum para a época, ainda como explica o analista da Safras. Inclusive, para garantir os embarques de navios com entregar mais próximas, inclusive, foram usados os estoques de portos que os obtinham para garantir essa oferta. E foi isso, segundo o executivo, um dos mecanismos que ajudou a manter o ritmo dos embarques brasileiros. 

Além disso, as necessidades dos vendedores também começam a ficar mais evidentes, precisando voltar ao mercado para escoar sua safra, o que também ajudou a melhorar o fluxo dos negócios. E o movimento se torna mais necessário também não só para o produto disponível, mas também para que possa aproveitar os bons preços que a safra nova tem oferecido nos últimos dias. 

Foi aprovada nesta quarta-feira (4) a Medida Provisória 832 que estabelece o preço mínimo para o frete rodoviário na comissão especial que fazia sua análise com o parecer do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). Agora, a MP segue para o plenário da Câmara dos Deputados. 

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Bolsa de Chicago

Os negócios na Bolsa de Chicago serão retomado nesta quinta-feira e o mercado está ansioso por novas informações sobre, principalmente, a disputa comercial entre chineses e americanos, que podem não chegar. Os dois países ainda não chegaram a um acordo e os desdobramentos dessa guerra podem ser ainda mais severos do que os já observados. 

"Esse tem sido um fator forte e o principal para o mercado nesse momento. E, por isso, nem tem dado tanta bola para a nova safra americana neste momento", diz Luiz Fernando Gutierrez. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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