Por conta da seca, setor agropecuário da Argentina teve queda interanual de 30,8%
A pior seca dos últimos 50 anos na Argentina impactou fortemente na atividade econômica de abril no país, que teve uma queda interanual de 0,9% e de 2,7% com relação a março, segundo informou o Instituto Nacional de Estatística e Censos da República Argentina (Indec). Os dados, quando separados, são contundentes: o setor agropecuário teve uma queda de 30,8% interanual. O dado surpreendeu, já que nenhuma das consultorias privadas haviam estimado uma contração tão forte - um dado similar foi visto apenas em 2012, quando ocorreu outra seca que afetou o país.
O órgão, conduzido por Jorge Tedesca, fez essa divulgação por meio da Estimativa Mensal da Atividade Econômica (EMAE), um indicador que antecipa a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e que, apesar do dado negativo de abril, refletiu uma expansão de 2,4% no acumulado do primeiro quadrimestre do ano. As perspectivas para os próximos meses não são otimistas, já que, apesar de o efeito da seca continuar, pelo menos, até esse mês, desde maio se soma o impacto da desvalorização do peso.
"A queda interanual explica a forte queda do setor agropecuário. Houveram outros setores que tiveram um desempenho melhor, como a indústria e a construção. O dado era esperado, mas foi pior do que as estimativas privadas indicavam, sobretudo em termos interanuais", indicou Gabriel Caamaño, economista-chefe da consultoria Ledesma.
Por exemplo, a consultoria Orlando Ferreres & Associados havia projetado uma expansão interanual de 1% em abril e uma queda de 1,8% em relação a março.
"O dado de maio também vai ser ruim. Começaremos a ver os efeitos na moagem de soja, que é o setor que mais pesa dentro da indústria alimentar. Por sua vez, a inestabilidade macro vai afetar o consumo, a indústria automotora e a indústria mecânica", acrescentou Caamaño.
No Ministério da Fazenda, sinalizaram: "excluíndo o agronegócio, estimamos que a atividade econômica no restante dos setores aumentou 3,3% em abril sobre abril de 2017".
Tanto o Governo como os especialistas privados adiantaram que os próximos meses da economia serão difíceis por conta dos impactos que tiveram os aumentos de tarifas e a desvalorização sobre o consumo, além de continuar o efeito da seca sobre o campo.
Com informações do La Nación
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