Soja ameniza perdas em Chicago na tarde desta 4ª, enquanto prêmios continuam subindo no Brasil

Publicado em 04/04/2018 13:02

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Os preços da soja seguem recuando de forma bastante agressiva na Bolsa de Chicago na tarde desta quarta-feira (4), porém, as baixas eram menos intensas no início desta tarde. Por volta de 12h30 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 28,25 e 30,50 pontos entre os principais vencimentos, com o maio/18 de volta aos US$ 10,07 por bushel. Mais cedo, as perdas passaram de 50 pontos e o contrato chegou a perder o patamar dos US$ 10,00. 

O recuo intenso veio após o anúncio de taxação da China em 25% sobre a soja importada dos Estados Unidos, e a informação teve um impacto imediato sobre as cotações internacionais. Segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os investidores promovem uma corrida para vender suas posições, evitando riscos maiores. 

"A China demorou um pouco, mas tomou uma atitude. Para o mercado, isso provocou uma corrida de liquidez porque os investidores têm pavor desses movimentos políticos", diz. "E os preços foram perdendo suportes em sequência, levando a um novo intervalo, que agora passa a ser de US$ 10,00 a US$ 10,40, contra o anterior de US$ 10,30 a US$ 10,70 que vinha sendo observado", completa o consultor. 

Para Brandalizze, no entanto, aos poucos o mercado em Chicago vai absorvendo essas informações e se acomodando a uma nova realidade no comércio da soja. Porém, lembra que ainda é necessário conhecer os detalhes dessa tarifação para que se conheça, na sequência, o impacto real dessa medida para os preços da commodity. 

"O maior impacto é sobre a soja, já que o impacto no comércio é muito intenso, com mais de 35 milhões de toneladas da soja exportada pelos Estados Unidos indo para a China", diz Michael Portier, da consultoria Agritel à Reuters Internacional. "Mas acredito que seja um primeiro movimento mais exagerado, porque a América do Sul não tem condições de suprir toda a demanda da China sozinha, especialmente depois da seca na Argentina", completa. 

O que ajudou também a amenizar as baixas em Chicago foram os anúncios de venda de soja por parte dos EUA pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Foram 129 mil toneladas de soja da safra 2018/19 para a China, e mais 325 mil toneladas para os chamados "destinos desconhecidos". Desse segundo volume, 130 mil foram da temporada 2017/18 e mais 195 mil da 2018/19. 

No Brasil

No Brasil, o fiel da balança para os preços da soja é o prêmio nesse momento. Depois de trabalharem entre US$ 1,12 e US$ 1,18 sobre as cotações de Chicago nas principais posições de entrega no porto de Paranaguá, nesta terça-feira o intervalo já passa a ser de US$ 1,20 a US$ 1,30. 

Assim, parte das perdas observadas na Bolsa de Chicago passam a ser neutralizadas por essa força dos prêmios, que têm tendência de seguirem fortalecidos e subindo, ainda segundo analistas e consultores de mercado. Apesar disso, as referências perderam um pouco nos primeiros negócios de hoje, com a saca sendo cotada, em Paranaguá, por exemplo, a R$ 81,50, contra os R$ 83,00 do fechamento de ontem. 

No link abaixo, confira a íntegra da entrevista de Vlamir Brandalizze:

>> Após tarifação da China sobre os EUA, prêmio para soja do BR já chega a US$ 1,30
  

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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