Soja fecha a 3ª feira com leves baixas em Chicago em semana de cautela à espera do USDA

Publicado em 09/01/2018 17:23

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Durante toda a sessão desta terça-feira (9), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalharam do lado negativo da tabela, com pequenas baixas sendo observadas entre os principais contratos. No encerramento dos negócios, as cotações apresentaram de 3 a 3,50 pontos de baixa, com o março/18 valendo US$ 9,63 e o maio/18, referência para a safra americana, US$ 9,74 por bushel. 

A oleaginosa segue pressionada pelas previsões de uma melhora das condições climáticas para a Argentina, tal qual sente ainda uma movimentação técnica dos preços com os traders ajustando suas posições antes do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta sexta-feira, 12 de janeiro. 

"As estimativas para os novos números não mostram muitas mudanças em relatório ao último boletim, e isso pode ser o melhor argumento para uma surpresa, embora a história mostra que esses choques podem ser tanto altistas, quanto baixistas" diz o analista do portal internacional Farm Futures, Bryce Knorr. 

E ainda entre os fundamentos, segue a questão do clima na América do Sul, com a maior atenção ainda voltada para a Argentina neste momento. Depois de algumas chuvas no último final de semana, boa parte das principais regiões produtoras do país deverão receber ainda bons acumulados nos próximos dias, segundo mostra o modelo americano GFS, que poderia aliviar o quadro atual. 

Há volumes sendo esperados para Santa Fé e Córdoba podendo chegar aos 100 mm nos próximos 10 dias. "O mais importante é que tem previsão de mais chuvas nos próximos dias e assim, o apelo é levemente negativo para Chicago", diz o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

O que ainda limita o recuo das cotações, como explicam analistas e consultores, é a demanda global muito aquecida, mesmo que não estando completamente focada na soja norte-americana. Embora ainda mais lentas do que as do ano passado, para Brandalizze as vendas dos EUA deverão tomar ritmo nas próximas semanas. 

Enquanto isso, no Brasil, os números das exportações permanecem consideravelmente fortes. Somente nos primeiros quatro dias úteis de 2018, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas brasileiras somaram 353,1 mil toneladas. 

"Se comparado com o ano passado, que teve embarque diário de 41,4 mil toneladas, estamos com mais de 100% acima do mesmo período de 2017 - que mostrou o acumulado de janeiro com 911,8 mil toneladas. Se seguirmos neste ritmo iremos passar da casa das 1,7 milhão de toneladas, frente as 2.355,6 mil toneladas de dezembro ultimo que foi um dos melhores dezembros da história da soja do Brasil", diz Brandalizze. 

Preços no Brasil

Nesta segunda-feira, os preços da soja no mercado nacional não acompanharam um movimento comum entre as praças de comercialização e os portos. Enquanto se registrou um avanço de 0,81% em Londrina/PR, para R$ 62,50 por saca, uma baixa de 0,82% foi observada em Não-Me-Toque/RS, para R$ 60,50. 

No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 72,30 por saca, subindo 0,42%, enquanto em Rio Grande se manteve estável nos R$ 71,80. No mercado futuro, para a safra nova, os preços ficaram em R$ 72,00 e R$ 73,80, respectivamente, com estabilidade e queda de 0,27%.

Céleres eleva previsão de safra de soja do Brasil; reduz previsão para milho

SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Brasil 2017/18 foi estimada nesta terça-feira em 111,8 milhões de toneladas, alta de 1,9 por cento ante a projeção anterior, devido a chuvas favoráveis que indicam um bom potencial produtivo para a colheita que está se iniciando, segundo levantamento da consultoria Céleres.

"Em função do cenário climático favorável nos últimos meses, a Céleres revisou positivamente a produção de soja para a safra 2017/18 em grande parte das regiões produtivas do país", afirmou a consultoria em comunicado.

Contudo, a produção de soja no maior exportador global da oleaginosa deverá cair 1,7 por cento ante o recorde na temporada passada, disse a Céleres. Em 2016/17, o clima foi considerado excelente para o desenvolvimento das plantações.

"Apesar da demora para o início do plantio da oleaginosa (em 2017/18), a melhora no regime de chuvas, particularmente a partir de novembro/17, contribuiu para o adiantamento dos trabalhos de campo e para um bom desenvolvimento da planta", afirmou a Céleres.

Ainda assim, a consultoria estima uma produtividade menor ante o ciclo passado.

Na média nacional, o rendimento para safra 2017/18 deverá ser de 3,22 toneladas/hectare, aumento de 2 por cento em relação à última estimativa, mas 4 por cento abaixo do nível observado na temporada anterior.

A Céleres estima o plantio em 34,7 milhões de hectares.

"A colheita da safra 2017/18 já iniciou em algumas áreas do MT (Mato Grosso), devendo tomar corpo nos próximas semanas", disse a Céleres, confirmando reportagem da Reuters sobre a colheita, publicada na semana passada.

"Nesse sentido, apesar de ainda haver algum potencial para interferência climática e, consequente, especulação sobre o real tamanho da safra brasileira, já é possível constatar um consenso de que a safra brasileira terá bons níveis de produtividade."

Segundo a Céleres, o cenário de demanda é positivo, considerando a antecipação do aumento na mistura de biodiesel no diesel para 10 por cento neste ano e uma possível recuperação do consumo interno de carnes, que deve puxar a produção de farelo de soja.

MILHO E ALGODÃO

No milho, a Céleres reduziu a previsão de produção de verão em 1,6 por cento, para 27,7 milhões de toneladas, o que indica uma queda de 18 por cento ante a safra passada, diante de uma redução de plantio.

"A revisão para baixo não indica um mau andamento da safra. Contudo, a percepção é de que não se alcançará os patamares recordes de produtividade observados na safra passada, nem os rendimentos projetados anteriormente", comentou a consultoria.

Segundo a Céleres, "com um cenário mais claro da produção de verão, parte das expectativas do mercado futuro nacional já se direciona para a safra de inverno", projetada pela consultoria em 66,8 milhões de toneladas.

Dessa forma, a safra total do país foi projetada em 94,5 milhões de toneladas.

A consultoria manteve a projeção para a safra de algodão 2017/18 do Brasil em 1,73 milhão de toneladas (pluma), aumento de 15 por cento ante a temporada passada.

"Influenciada por preços bastante remuneradores, a área a ser plantada deverá subir 20 por cento na atual temporada, alcançando 1,12 milhão t", disse a Céleres.

Já a produtividade de pluma foi estimada preliminarmente em 1,55 tonelada/hectare, queda de 5 por cento em relação à safra passada.

"Os trabalhos de plantio avançam sobre a Bahia e em algumas áreas do Mato Grosso, com clima favorável à cultura", disse a Céleres.

(Por Roberto Samora)

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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