Soja: Mercado já se prepara para boletim do USDA e fecha 3ª feira com leve queda em Chicago

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros da soja registraram mais um pregão de volatilidade nesta terça-feira (10). Depois de registrar ganhos no início do dia, as principais posições da commodity voltaram a trabalhar em campo negativo e finalizaram a sessão com quedas entre 0,75 e 1,00 pontos. O novembro/17 era cotado a US$ 9,66 por bushel, enquanto o janeiro/18 operava a US$ 9,76 por bushel.

"O mercado busca posicionar-se para o relatório de oferta e demanda de outubro, que será reportado nesta quinta-feira (12)", destacou a Granoeste Corretora de Cereais. Tradicionalmente, os investidores ajustam posições antes dos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). "O relatório de outubro é esperado com ansiedade. A expectativa é para confrontar os novos números com as projeções otimistas dos meses anteriores", completa a corretora.

"Os investidores estão relutantes em assumir grandes novas posições antes do relatório do USDA. Os analistas entrevistados pela Reuters esperam que o governo aumente suas estimativas sobre os rendimentos das lavouras", ressaltou a Reuters internacional.

Além disso, os investidores seguem focados no andamento da colheita nos Estados Unidos, especialmente com o excesso de chuvas em algumas regiões produtoras. No final da tarde desta terça-feira, o USDA atualizou os dados da safra americana. Até o último domingo, em torno de 36% da área plantada já havia sido colhida. Na semana passada, o índice estava em 22% e a média dos últimos anos é de 43%.

O número ficou ligeiramente abaixo das apostas dos participantes do mercado, de 38%, conforme destaque das agências internacionais. O USDA ainda elevou de 60% para 61% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições.

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Do mesmo modo, a irregularidade das chuvas e o plantio da soja da safra 2017/18 no Brasil também segue no radar dos participantes do mercado. Em entrevista à Reuters, a consultoria Céleres reforçou que "a semeadura segue limitada pela insuficiência de chuvas e de umidade no solo na maior parte do Centro-Oeste. Muitos produtores esperam maiores níveis de chuvas para começar ou dar andamento às atividades".

"No Sul do país o plantio também está atrasado, porém, as chuvas presentes na última semana favoreceram o avanço dos trabalhos a campo", ainda segundo a consultoria.

Ainda nesta terça-feira, o USDA reportou a venda de 131 mil toneladas de soja para a China. Já os embarques semanais do grão somaram 1.484,650  milhão de toneladas, na semana encerrada no dia 5 de outubro. As apostas dos participantes do mercado estavam entre 898 mil a 1.197,48 milhão de toneladas. No acumulado do ano comercial, os embarques americanos totalizam 5.458,049 milhões de toneladas.

Enquanto isso, o petróleo disparou quase 3% nesta terça-feira, com o barril a US$ 50,92 na Bolsa de Nova York. "Os preços do petróleo fecharam com forte alta nesta terça-feira após a Arábia Saudita, líder da Opep, se comprometeu a reduzir as exportações em meio ao sentimento do mercado de que o reequilíbrio entre oferta e demanda está a caminho", divulgou a Investing.com.

Mercado brasileiro

Já no mercado doméstico, a terça-feira foi de calmaria aos preços da soja. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, no Oeste da Bahia, a saca subiu 3,43% e encerrou o dia a R$ 60,25. Na região de Rio Verde (GO), o ganho foi de 1,82%, com a saca a R$ 56,00.  Em Itiquira (MT), a valorização foi de 1,00%, com a saca a R$ 60,80.

Nos portos, a saca futura apresentou ligeira alta, de 0,14%, em Rio Grande e finalizou o dia a R$ 73,60. No Porto de São Francisco do Sul (SC), o ganho foi de 0,28%, com a saca a R$ 70,70.

Ainda conforme ressaltam os analistas, as exportações brasileiras ainda continuam dando sustentação aos preços. Somente em setembro, os embarques da oleaginosa somaram 4,27 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a sessão desta terça-feira a R$ 3,1838 na venda, com leve queda, de 0,07%. "O câmbio acompanhou a trajetória da moeda no exterior e à espera da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve em busca de pistas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos", informou a Reuters.

Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:

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