Estimativa inicial da Emater/RS-Ascar projeta aumento da área da soja no Rio Grande do Sul
A Emater/RS-Ascar divulgou na manhã desta terça-feira (29/08), durante a 40ª Expointer, em café da manhã que contou com a presença de profissionais de imprensa, autoridades estaduais e federais, os números referentes à primeira estimativa de área a ser plantada e produção realizada pela Instituição para a safra dos principais grãos de verão 2017/2018 no Rio Grande do Sul. O destaque foi a soja, que deverá ter um aumento de 3,16% na área plantada em relação ao ano passado.
A cultura do arroz deverá ocupar 1.100.818 hectares, área 0,33% menor do que os 1.104.494 hectares da safra passada. De acordo com o levantamento apresentado pelo presidente da Emater/RS, Clair Kuhn, a produção também terá uma variação negativa da ordem dos 0,96 pontos percentuais, caindo de 8.613.467 toneladas colhidas em 2017 para 8.531.024 toneladas em 2018. A produtividade média esperada é de 7.750kg/ha. "As produtividades iniciais são baseadas na tendência registrada pelas produtividades médias municipais dos últimos 10 anos", explica Kuhn.
Assim como a soja, o feijão primeira safra também terá uma área maior. A estimativa inicial da Emater/RS-Ascar dá conta de que deverão ser plantados 43.708 hectares, 2,85% a mais do que os 42.498 hectares. Embora a área seja maior, a produção projetada para este ano é 18,91% menor do que a do ano passado, caindo de 74.949 toneladas para 60.775 toneladas. A produtividade esperada é de 1.390 kg/ha, valor 21,17% menor do que a anterior.
O milho grão tem uma projeção de área a ser plantada 11,65% menor do que a do ano anterior, que teve 827.651 hectares plantados. A safra que já teve o plantio iniciado deverá ocupar 731.216 hectares. A expectativa de produção também é negativa, para 2017/2018 é esperada a colheita de 4.597.066 toneladas, o que representa -23,87% em relação às 6.038.683 toneladas colhidas no ciclo 2016/2017. A produtividade média projetada pela Emater/RS-Ascar é de 6.287kg/ha, -13,9% do que o obtido no ano passado.
O milho destinado à silagem deverá ter uma produtividade média de 37,5 t/ha, número 3,51% menor do que o obtido no ano passado. A produção esperada é de 14.576.663 toneladas, 1,85% a menos do que as 14.850.966 toneladas colhidas em 2016/2017. A área plantada projetada é de 388.711 hectares, 1,16% maior do que os 382.590 hectares da safra passada.
O destaque positivo esperado para a safra 2017/2018 é a área ocupada pela cultura da soja, para a qual se espera um aumento de 3,16%, indo dos 5.528.233 hectares do ano anterior para 5.702.780 hectares. Mesmo com o aumento de área plantada, com uma produtividade de 2.938 kg/ha (12,59% menor do que a do ano passado) a produção deverá chegar às 16.753.980 toneladas, montante 9,81% menor do que as 18.575.434 toneladas colhidas em 2017.
A área total a ser plantada no Rio Grande do Sul na safra de verão 2017/2018 deverá chegar aos 7.578.522 hectares, 1,01% a mais do que os 7.502.876 hectares do ano anterior. Ainda que a área seja maior, a produção esperada é 10,09% menor do que no ano passado, quando foram colhidas 33.305.533 toneladas. Para a safra atual são esperadas 29.942.825 toneladas.
"Cabe destacar que, apesar das primeiras estimativas indicarem uma redução na produção, em relação ao ano passado, a produção projetada inicialmente para a safra 2017/2018 apresenta um volume que supera a média das últimas cinco safras em pouco mais de 900 mil toneladas", finaliza o presidente Clair Kuhn.
O evento contou ainda com a presença de diversas autoridades, entre elas o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR/RS), Tarcísio Minetto - no ato, representando o governador do Estado, José Ivo Sartori -, os deputados federais Alceu Moreira e Sérgio Souza e o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura.
Minetto valorizou o trabalho feito pela Emater/RS-Ascar, reforçando a importância de se considerar, ainda que em um cenário de provável redução de produtividade, o ciclo produtivo de grãos dos últimos anos, que culminou em uma grande safra no ano passado. "Ainda que, do ponto de vista financeiro, a previsão seja de menos riqueza no campo, reflexo da oscilação de preços e dos custos de produção, temos a expectativa de que a safra se consolide", ponderou.
Moreira ressaltou a importância de se repensar os "arranjos produtivos", com vistas a dar mais condições para que o produtor possa trabalhar com renda e qualidade de vida. "Também devemos voltar os nossos olhos para a pesquisa como ferramenta de fortalecimento da atividade rural", comentou, mencionando a Emater/RS-Ascar como entidade chave para a disseminação do conhecimento, especialmente para os agricultores familiares.
Souza também destacou o trabalho da Emater/RS-Ascar, como instituição que está permanentemente ao lado do homem do campo. "Nas décadas de 60 ou 70 importávamos muito mais alimentos do que hoje, e muito disso tem a ver com o trabalho da Emater", observou. Sobre a safra de grãos, com eventual redução de área plantada, reforçou a importância de buscar o aumento da produtividade, a partir da difusão de tecnologias que possam reduzir custos. "Hoje o silo está cheio, mas o bolso do agricultor está vazio e estamos trabalhando permanentemente para alterar esse cenário", finalizou.
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