Soja fecha semana com quedas de quase 1%, mas foco permanece no clima no Meio-Oeste
As cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) acumularam ligeiras desvalorizações ao longo da semana. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais cotações da oleaginosa cederam entre 0,08% e 0,86%.
Já no pregão desta sexta-feira (18), os preços da commodity registraram ganhos entre 4,25 e 7,25 pontos. O movimento positivo foi consolidado ao longo do pregão. O novembro/17 encerrou o dia a US$ 9,37 por bushel, enquanto o janeiro/18 era cotado a US$ 9,45 por bushel.
Com 59% das lavouras de soja em boas ou excelentes condições, conforme levantamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o foco dos investidores permanece no comportamento do clima no Meio-Oeste. Segundo destaca o analista de mercado da OTCex Group, Miguel Biegai, o mercado voltou a se preocupar com o clima essa semana.
"O mapa, do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, indica o aumento de uma área com déficit hídrico no centro-sul de Iowa que antes não existia. E, por se tratar de uma região importante de produção, o mercado ficou preocupado e os investidores voltaram a comprar posições vendidas", explica o analista.
Biegai ainda reforça que é cedo para falar em perdas nas lavouras de soja na localidade. Contudo, caso o clima se mostre adverso, com temperaturas acima da normalidade e chuvas escassas, as plantações poderão apresentar quedas nos rendimentos.
Nos próximos 8 a 14 dias, o NOAA indica temperaturas abaixo da média em grande parte do cinturão de produção nos EUA. Quanto às chuvas, as regiões serão beneficiadas de maneira diferentes, algumas com precipitações abaixo da média e outras com chuvas dentro da normalidade, conforme o indicado no mapa abaixo.
Temperaturas previstas nos próximos 8 a 14 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Precipitações previstas nos próximos 8 a 14 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Além da questão climática, o mercado ainda encontrou sustentação nas informações vindas do lado da demanda essa semana. As agências internacionais divulgaram na última quarta-feira (16), que foram acordadas vendas de mais 3,81 milhões de toneladas da oleaginosa para a China avaliadas em US$ 1,56 bilhão.
Apesar da quantidade pouco expressiva frente aos grandes volumes adquiridos pelo país, o mercado entende que a demanda permanece firme pelo produto norte-americano.
Mercado brasileiro
No mercado brasileiro de soja, a semana foi de ligeiras movimentações. Em Sorriso (MT), a saca subiu 10,17% e fechou a semana a R$ 52,00. No Oeste da Bahia, o ganho foi de 0,88%, com a saca da oleaginosa a R$ 57,00.
Na contramão desse cenário, em Campo Novo do Parecis (MT), a saca caiu 1,85% e fechou a semana a R$ 53,00. Já em Tangará da Serra (MT), o recuo foi de 1,82%, com a saca a R$ 54,00. No Porto de Santos (SP), a queda ficou em 1,41%, com a saca a R$ 70,00.
Em Paranaguá, a saca futura caiu de R$ 71,00 para R$ 69,50, uma desvalorização de 2,11%. No disponível, a perda foi de 0,71%, com a saca também a R$ 69,50. No Porto de São Francisco do Sul (SC), a saca recuou de R$ 69,10 para R$ 68,50, uma perda de 0,87%.
Ainda essa semana, o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França Junior, ressaltou que o mercado caminha lentamente e os negócios permanecem regionalizados.
Já o dólar encerrou a sexta-feira a R$ 3,1459 na venda, com queda de 1,03%. "O câmbio exibiu uma correção influenciado pela alta de commodities como o petróleo, em dia de apetite um pouco maior pelo risco no exterior", destacou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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