Soja devolve parte dos ganhos, mas ainda fecha em alta nos portos do Brasil nesta 3ª

Publicado em 13/06/2017 18:03

O caminhar dos preços da soja foi marcado por uma intensa volatilidade nesta terça-feira(13) tanto no Brasil quanto na Bolsa de Chicago. Nos portos, o produto disponível chegou a bater em R$ 71,00 nos melhores momentos e a safra nova em R$ 75,00. No encerramento do dia, porém, os indicativos fecharam com, respectivamente, R$ 70,00 - em Paranaguá, Rio Grande e São Francisco do Sul, e R$ 73,50 no terminal paranaense e R$ 74,10 no gaúcho. 

Os patamares ligeiramente mais altos foram um reflexo da dobradinha Chicago e dólar em alta, no mesmo momento, observado durante a tarde desta terça. As cotações, porém, nas duas frentes, devolveram boa parte desses ganhos e as cotações no Brasil acompanharam o movimento. 

Na CBOT, após ganhos que chegaram a se aproximar dos 10 pontos entre os principais contratos, os futuros da oleaginosa terminaram o pregão com pequenos ganhos de pouco mais de 1 ponto entre os principais vencimentos. O contrato julho/17 fechou com US$ 9,32 e o novembro/17, US$ 9,39 por bushel. 

"O mercado desta terça-feira foi muito mais técnico do que baseado em fundamentros", explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

No Brasil, o dólar mudou de lado e fechou em baixa. A moeda americana fechou com queda de 0,10% e valendo R$ 3,3083. Na máxima do dia, a divisa foi a R$ 3,3343 e, nas duas últimas sessões anteriores acumulou um ganho de 1,42%. 

"De modo geral, o mercado não está tranquilo e ninguém desmonta posições", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva à agência de notícias Reuters. Os investidores, como explicam analista e consultores de mercado, não desgrudam os olhos e todas as atenções do quadro político nacional. 

A permanência do PSDB no base aliada do governo de Michel Temer foi um dos destaques desta terça e esse já foi um 'sinal de alívio' para o mercado. Porém, o partido ainda pode rever sua decisão dependendo o caminhar dos fatos e prováveis novos acontecimentos. 

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Nesse ambiente de preços melhores, mesmo que momentâneamente, a comercialização evolui com um pouco mais de ritmo no Brasil. Ainda assim, os negócios seguem lentos. "A movimentação interna se deve, neste momento, mais ao câmbio. Para quem aposta em clima (nos EUA), as emoções mal começaram", acredita o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais. "O negócio é ficar à espreita, observando algum entrave do clima, mas não deixar de aproveitar oportunidades", completa. 

No interior do Brasil, nesta terça-feira, as cotações fecharam o dia com estabilidade em praticamente todas as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. A exceção ficou por conta de Castro, no Paraná, onde o preço subiu 1,48% para R$ 68,50 por saca; Sorriso/MT, com alta de 1,54% para R$ 52,80; e o Oeste da Bahia, subindo 1,44% para R$ 58,33. 

"Percebo que os produtores estão torcendo por uma espasmo no dólar para poder casar algumas contas. Alguns negócios estão saindo na soja e milho e a comercialização deu uma evoluída nas últimas semanas, mas sempre incentivada pela dobradinha câmbio + Chicago", diz a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Cordeiro. 

Clima nos EUA

O clima nos Estados Unidos chama bastante atenção do mercado internacional de grãos - principalmente no caso do milho e do trigo, neste momento - e já preocupa produtores de algumas regiões. 

"A atual conjuntura meteorológica traz preocupações para o produtor rural de grande parte do Cinturão Agrícola e das Planícies. Desde o final de maio, chuvas são escassas e dias ensolarados. Devido a característica física dos solos americanos, os períodos prolongados da falta de chuva causam o encrostamento (rachaduras) e o enrijecimento do solo, proporcionando um enraizamento superficial das culturas, principalmente soja e milho, além do estresse hídrico causando a desaceleração metabólica da planta", informa, em relatório a AgResource Brasil (ARC Brasil).

>> Clima nos EUA preocupa produtores do Corn Belt, diz AgResource Brasil 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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