Soja tem dia de realização de lucros em Chicago nesta 2ª e movimento pesa nos portos do Brasil

O mercado da soja na Bolsa de Chicago seguiu ampliando suas baixas nesta primeira sessão da semana e encerrou o dia perdendo mais de 10 pontos entre os principais vencimentos. No pregão desta segunda-feira (11), o contrato julho/17 fechou valendo US$ 9,31 por bushel e o indicativo para a safra americana - o contrato novembro/17 - foi a US$ 9,38. As cotações trabalharam durante todo o dia em campo negativo. 

"Foi um dia de liquidação técnica, com os grandes investidores fazendo lucros. Na semana passada tivemos uma alta acumulada de cinco pregões consecutivos e foi uma realização desses lucros", explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Além disso, as previsões climáticas mostrando melhores condições para o Meio-Oeste americano para os próximos dias também pressionaram as cotações. Na última semana, as previsões mostravam um calor um pouco mais intenso para o Corn Belt e a situação dos mapas nesta segunda veio diferente. 

Nos próximos 7 dias e no intervalo dos próximos 6 a 10, de acordo com os mapas do NOAA - o departamento oficial de clima dos EUA - o tempo volta a ficar mais úmido do Meio-Oeste e tempestades severas já são esperada para esta terça-feira (13) em Iowa. 

No contraponto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe números fortes dos embarques semanais norte-americanos em mais de 500 mil toneladas, os quais ficaram acima das expectativas do mercado. Com esse volume, o total acumulado no ano comercial já passa de 51,6 milhões de toneladas. 

A expectativa do USDA para as exportações de soja desta safra 2016/17 é ainda de 55,79 milhões de toneladas, enquanto o total já comprometido, porém, passa de 58,6 milhões de toneladas. "Esse número de 51,6 milhões é de soja que já foi embora, então, o volume (que resta) é pequeno, e entre junho e julho já estoura a previsão do USDA", diz Brandalizze. 

No entanto, o consultor lembra que pode haver algum cancelamento ou ser registrado algum movimento de washouts (ou as trocas de origens) para que o USDA siga sem mexer em sua projeção total nos boletins mensais de oferta e demanda entre os números das exportações da safra 2016/17. 

Mercado Brasileiro

No Brasil, o início da semana foi lento para os negócios e para a formação dos preços. O dólar subiu nesta segunda-feira - e fechou com alta de 0,59%, valendo R$ 3,31 - porém, os ganhos foram anulados pelas baixas de Chicago. 

"Ainda é cedo para dizer que o intervalo de 3,25 a 3,30 ficou para trás. Estamos vivendo dias de estresse. Depende do noticiário político", disse o gerente de câmbio do banco Ourinvest, João Marcelo Costa à agência de notícias Reuters.

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Assim, os preços no interior do Brasil ficaram estáveis na maior parte das principais praças de comercialização, enquanto recuaram nos portos. Em Paranaguá, a soja disponível perdeu 0,71% para fechar o dia com R$ 69,50 e 0,14% em Rio Grande, onde a última referência foi de R$ 70,20 por saca. Já da safra nova, os preços ficaram em, respectivamente, R$ 72,50 e R$ 74,50, perdendo 0,68% no terminal paranaense.