Soja: Mercado climático nos EUA pode trazer oportunidade para produtores brasileiros

Publicado em 13/04/2017 18:16

Apesar de mais curta - o mercado não operou nesta Sexta-Feira Santa (14), a semana foi importante para os preços da soja na Bolsa de Chicago. O vencimento maio/17 - o mais negociado nesse momento e a principal referência para a safra do Brasil - conseguiu superar os US$ 9,50 e fechar acima disso na sessão da quinta-feira (13). 

O mercado internacional voltou suas atenções ao clima nestes últimos dias e encontrou espaço para alguma volatilidade entre os futuros da oleaginosa e as especulações sobre o clima nos Estados Unidos, como explicaram analistas e consultores de mercado, já são combustível para essa tentativa de avanço. 

O excesso de chuvas que vem sendo registrado em algumas partes do Corn Belt traz preocupações sobre o início do plantio no país. Os trabalhos de campo com o milho já foram iniciados - e até o último domingo (9), 3% da área já havia sido semeada, contra algo entre 6% e 7% que era esperado pelo mercado - e com a soja deverão ter início em maio. Novos números serão trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na próxima segunda-feira (17). 

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O clima na Argentina também ganhou destaque nestes últimos dias. De acordo com um levantamento feito pela Bolsa de Buenos Aires, mais de 1 milhão de hectares foram afetados pelas fortes precipitações. "Na semana passada, extensas regiões de Buenos Aires receberam cerca de 200 mm de chuvas que causaram cheias em rios e campos, trazendo atraso na colheita e a perda de muitas áreas plantadas", informou o reporte da Bolsa. 

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No Brasil, as altas em Chicago foram bem recebidas e começam a criar alguma 'esperança' de valores melhores para o que ainda há da safra 2016/17 para ser comercializado. O dia terminou com bons ganhos sendo registrados em algumas das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. 

Em Panambi/RS, o preço da saca de soja foi a R$ 56,52, com alta de 0,86%, enquanot em São Gabriel do Oeste subiu 2,345 para R$ 52,40 e no Oeste da Bahia, 1,89% para R$ 54,00. Na contramão, Sorriso/MT perdeu 0,99% para voltar aos R$ 50,00 por saca. 

Os preços subiram também nos portos. Somente nesta quinta-feira, as referências em Paranaguá subiram 0,76% no disponível e 0,75% no mercado futuro, com os últimos valores em R$ 66,00 e R$ 67,50 por saca, respectivamente. Em Rio Grande, altas de mais de 1% para R$ 66,80 e R$ 67,30; em Santos, a soja disponível subiu 3,88% para R$ 67,00. 

No link a seguir, confira os preços completos desta quinta-feira:

>> COTAÇÕES DA SOJA

"Do ponto de vista fundamental, só alguma especulação climática tem a capacidade de oferecer algum tipo de suporte para as cotações futuras. O fator clima é complicado de se lidar e deixa o mercado mais nervoso porque é imprevisível", explica o diretor da Cerealpar e Consultor Kordin Grain Terminal, de Malta, Steve Cachia.

Ainda segundo o executivo, apesar do período trazer as possibilidades de algumas oportunidades, é necessário redobrar as atenções. "Estamos entrando em pleno mercado de clima e toda cautela e importante para não deixar as emoções tomarem conta", orienta Cachia.

Além disso, o diretor explica que o dólar ainda deve seguir limitando as cotações, uma vez que sua força para um avanço também é limitada. Os preços em Chicago estão no mesmo patamar do que os registrados no ano passado - estando, há algumas semanas, até acima dos números de 2016 - porém, a moeda americana segue tentando se manter próximo dos R$ 3,15. 

Assim, Cachia acredita que "seja por qual for a razão, e dentro do atual cenário de oferta mundial abundante, só uma quebra grande na safra americana pode mudar isso". 

O importante, portanto, é que o produtor brasileiro trabalhe em estratégias de comercialização para os volumes que ainda tem a negociar. "Seria prudente que se aproveite melhoras momentâneas nos preços, mas não podemos generalizar. Tudo depende de quanto o produtor negociou até agora, para alguns vale a pena participar, outros ainda podem especular", explica.

Importações chinesas bate novo recorde, aponta AGR

De acordo com o boletim da AGResources, o Presidente Trump comentou que o Dólar norte-americano havia se tornado muito forte frente às de- mais moedas. O comentário trouxe o recuo do Índice Dólar, puxando as moedas de países emergentes.  

As exportações chinesas aceleraram em 16,4% em março, em relação ao mesmo período de 2016. Um sinal positivo para a demanda global de commodities. Comparando com o mês de fevereiro deste ano, em março as exportações chinesas subiram 4%, enquanto que as importações em 20%. As exportações da China acima do esperado empurraram o Yuan para ¥ 6,89:1 contra o Dólar. 

As importações Chinesas de SOJA em março trouxeram um recorde distante em 6,33 MTs. A potência asiática continua com a demanda pela oleaginosa focada na América do Sul.

As vendas de exportação desta última semana vieram dentro do esperado, totalizando 55,49 MTs já acumuladas.  

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas + AGResources

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