Soja: Porto de Paranaguá vai a R$ 71,50 nesta 2ª feira com patamares mais baixos na CBOT

Publicado em 13/03/2017 17:13
Com radar dividido entre safra dos EUA, da América do Sul e fundos, CBOT fecha estável

O mercado da soja, na sessão desta segunda-feira (13), trabalhou durante todo o dia de lado na Bolsa de Chicago. Embora as cotações tenham testado os dois lados da tabela, as variações foram bastante limitadas e pouco expressivas. O vencimento maio/17, referência para a safra brasileira, fechou o pregão com US$ 10,06 por bushel, perdendo apenas 0,50 ponto. As demais posições, entre as mais negocidas, encerraram o dia perdendo entre 0,25 e 0,50 ponto, e ainda acima dos  US$ 10,00 por bushel. 

Na CBOT, as atenções se dividem entre as grandes projeções para a safra da América do Sul, especialmente a do Brasil - recentemente estimada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 108 milhões de toneladas, a força da demanda e as crescentes especulações sobre a nova safra dos Estados Unidos. E tudo isso tem deixado o mercado 'parcimonioso', como explica o analista de mercado da AgResource Brasil, Matheus Pereira, direto de Chicago em entrevista ao Notícias Agrícolas.

"Mercado tenta especular o clima norte-americano, ainda sem muitas certezas, com chuvas voltando a serem oferecidas às Planícies do Oeste ao final de março, já proporcionando boa umidade para o início do plantio da região, que deve começar com "força-total" nas primeiras semanas de abril", relata Pereira.

No Brasil, situação semelhante. As condições climáticas favorecem o bom desenvolvimento da colheita e  a nova oferta ajuda a pesar sobre os preços. "Especialmente agora que o ritmo de colheita desta região começa a aquecer. Mercado sabe disso, e coloca um ponto de afirmação nas últimas estimativas do USDA", explica o analista da ARC Brasil. 

Fundos de investimentos x Players Comerciais

Já os fundos de investimentos, ainda segundo Pereira, seguem à espera de notícias 'especuláveis' para atuart com movimentos mais intensos. 

O gráfico a seguir mostra que, nas últimas semanas, os fundos (linha verde) reduziram suas posições em mais de 40 mil contratos, como explica o economista da Apexsim Inteligência de Mercado, Guilherme Zanin. "Agora, o suporte psicológico está nos US$ 10,00. E o suporte deles é em 100 mil contratos", diz. 

Fundos - Março 2017

Ainda como explica Zanin, a situação dos players comerciais (linhe vermelha) é diferente e já não estão vendendo mais. "Eles diminuíram as vendas porque o preço já não é mais interessante pra eles, eles acreditam que possa subir mais", diz. O economista lembra ainda que, diferente dos fundos - que são muito mais sensíveis à notícias de curto prazo, eles podem esperar um pouco mais, já que têm o físico, podem fazer estoques. 

Demanda

Ainda nesta segunda-feira, chegaram os números atualizados dos embarques de soja norte-americanos, reportados no boletim semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e, dentro das expectativas do mercado, exerceram pouco impacto sobre as cotações na CBOT.

Na semana encerrada em 9 de março, as vendas ficaram dentro do intervalo esperado de de 490 mil e 790 mil toneladas  ao somarem 656,288 mil toneladas. Em toda a temporada 2016/17, os embarques norte-americanos já totalizam 44.992,939 milhões de toneladas, contra 40.417,104 milhões do mesmo período do ano anterior.

No Brasil

No Brasil, os preços não caminharam na mesma direção nas principais regiões produtoras. Enquanto Ponta Grossa, no Paraná, e Assis, em São Paulo, conseguiram registrar algum ganho, os demais estados do Sul fecharam o dia em queda e, no Centro-Oeste, o mercado fechou praticamente estável, com exceção de Goiás, onde Jataí e Rio Verde perderam mais de 1%.

No link abaixo, confira os preços completos desta segunda-feira:

>> COTAÇÕES DA SOJA

A semana para o mercado doméstico da soja começa, novamente, com falta de interesse de vendas por parte dos produtores brasileiros. Nem mesmo as dívidas de alguns para o final de março e início de abril têm motivado os sojicultores a voltar ao mercado para novos negócios dados os baixos preços e, principalmente, o limite de recuperação das cotações imposto pelo câmbio.

Para Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, porém, o dólar pode estar ganhando um novo patamar, "ainda que, apenas, para compensar as perdas em Chicago" e poderia trazer algumas oportunidades para o produtor brasileiro, mesmo que pontuais.

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>> Soja: Produtor brasileiro pode encontrar oportunidades no câmbio

E nesta segunda-feira, a moeda americana fechou com leve alta, encerrando o dia nos R$ 3,15. Apesar disso, os preços nos portos do Brasil ainda não acompanharam este movimento e recuaram neste início de semana. Em Paranaguá, tanto o mercado disponível, quanto o futuro - referência março/17 - foram a R$ 71,50 por saca, perdendo 0,69%. Em Rio Grande, estabilidade no disponível em R$ 72,00 e baixa de 0,54% para R$ 73,00 na referência junho/17. 

* E lembrando! A partir desta segunda-feira, 13 de março, o mercado em Chicago passa a se encerrar às 15h30 (horário de Brasília) dado o início do horário de verão nos EUA.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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