China volta do feriado do Ano Novo Lunar e mercado da soja de olho nas relações com os EUA

Publicado em 02/02/2017 17:33

A China voltou do feriado do Ano Novo Lunar e junto, voltaram as especulações e preocupações do mercado internacional com a possibilidade de se instalar uma guerra comercial do país com os Estados Unidos. Segundo reportou a consultoria Société Genéralé nesta quinta, caso essa situação se confirme, os futuros da oleaginosa poderiam sentir um severo impacto negativo na Bolsa de Chicago, enquanto os preços na América do Sul poderiam ser beneficiados. "Essa é uma das maiores preocupações", disse a consultoria. 

A empresa pontua ainda os pedidos de eleitores de Donald Trump para que ele corrija o equilíbrio comercial dos EUA com países não só como a China, mas também como Japão e México, que são grandes importadores dos produtos norte-americanos, e de onde também importam. O reporte dizia ainda que "estas nações poderiam praticar medidas de retaliação, ameaçando aina mais essas relações comerciais. 

Segundo o analista da Société, Rajesh Singla, "as disputas comerciais com a China podem apresentar um catalisador negativo para os preços da soja dos Estados Unidos". Para Singla, os benefícios para a soja da América do Sul serão inevitáveis, com os chineses tendo de comprar ainda mais nessas origens, principalmente Argentina e Brasil. "As tarifas sobre a soja importada dos EUA poderiam tornar a soja sulamericana ainda mais rentável do que o milho para os produtores", diz o analista. 

O analista acredita ainda que, em 2017, a China possa aumentar sua área de plantio de soja, buscando ampliar sua produção para depender menos das importações. No entanto, a nação asiática - é sabido - tem limitadas áreas e disponibilidade de recursos naturais para que esse aumento seja muito expressivo e, hoje, produz pouco mais de 10% do que importa. No país, porém, desde que Trump foi eleito, há três meses, os futuros da soja já subiram cerca de 30% na Bolsa de Dalian. 

Para Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, não somente a soja, mas outros produtos sentirão também os impactos dessa relação estremecida entre China e EUA. "Uma vez que os EUA retaliem a compra - seja através da imposição de barreiras, seja através da imposição de tarifas, isso vai favorecer o Brasil", diz. "O Brasil poderá ser prejudicado no comércio com os Estados Unidos, mas o comércio do agro em geral com os EUA não dá 5% do que exportamos, o grosso vai para a Europa e Ásia, sobretudo para a China. Nós, com o tempo, poderíamos ser beneficiados se, efetivamente, houverem essas medidas retaliatórias, primeiramente de parte dos EUA depois, dos países prejudicados", completa. 

Motter cita o exemplo do México - que já tem suas relações estremecidas com Donald Trump, que importa cerca de 14 milhões de toneladas de milho dos EUA e, provavelmente, esse volume que só cruza o Golfo deverá ser prospectado em outras regiões, como Brasil e Argentina, por exemplo. 

Com informações do Agrimoney. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Edson Martins Jorden Assis Chateaubriand - PR

    Se este TRUMP for tão louco como parece pode abrir um mercado fantástico para o AGRO brasileiro...

    0