Soja fecha com leve recuo na CBOT e estabilidade no Brasil, origens ainda não vendem
Embora volátil, a sessão desta quarta-feira (25) fechou, mais uma vez, com os futuros da soja estáveis na Bolsa de Chicago, com pequenas baixas entre os principais contratos. Ao longo do dia, porém, a commodity testou os dois lados da tabela, confirmando um movimento ainda bastante técnico para os preços. Segundo analistas e consultores, o intervalo que ainda vem sendo respeitado pelas cotações vai de US$ 10,50 a US$ 10,90 por bushel.
"O sinal que os player nos mostram é de que eles ainda não estão definidos", explica o consultor de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.
Segue no radar dos participantes, a indefinição sobre a safra da Argentina - que já perdeu parte de sua safra e, segundo as últimas previsões, deve receber mais chuvas a partir do próximo dia 31 - há a proximidade a fevereiro, que é o mês mais importante para toda a safra da América do Sul, "já que define a safra da Argentina até parte de Mato Grosso, onde se plantou mais tarde", diz Fernandes.
Além disso, as origens pouco vendedoras também chama a atenção do mercado internacional, principalmente em função dessa quebra na Argentina, o que já eleva os prêmios nos portos, inclusive do Brasil. No terminal de Paranaguá, as principais posições de entrega têm valores de 38 a 58 cents de dólar sobre os preços praticados na Bolsa de Chicago.
À espera dessas definições, o mercado deverá se manter ainda bastante volátil, como acredita o consultor, e esse movimento pode ser ainda mais acentuado com a influência da macroeconomia e o fator Trump. Nesta quarta, pela primeira vez na história, o índice Dow Jones, nos EUA, bateu nos 20 mil pontos com o mercado otimista sobre as medidas adotadas pelo novo presidente americano. "O mercado abraçou Trump", diz Ênio.
Mercado Brasileiro
E com a estabilidade das cotações em Chicago, a estabilidade do dólar frente ao real, o caminho para os preços da soja no mercado brasileiro foi o mesmo. A maior parte das praças de comercialização fechou sem mudança entre os indicativos, bem como aconteceu nos portos nacionais. Os negócios, portanto, também seguem travados.
"O dólar segue muito baixo e o produtor tem medo de participar", explica o consultor da Terra. Nesta quarta, o produtor do país ficou sem essa referência, porém, em decorrência do feriado na cidade de São Paulo e o último indicativo é o do fechamento anterior, de R$ 3,172.
Em Paranaguá, os últimos preços foram de R$ 76,50 - tanto disponível, quanto no futuro -, registrando um leve avanço de 0,66%, enquanto em Rio Grande as referências terminaram o dia ainda com R$ 77,50 e R$ 79,50 por saca.
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