Clima nos próximos dias deverá definir situação da soja argentina, aponta Agrimoney
O clima nos próximos dias deverá ser fundamental para determinar a extensão da perda de área de soja na Argentina para o mau tempo, disse a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), que já cortou em 300 mil hectares sua previsão de área de plantio da oleaginosa.
Em boletim divulgado ontem, a bolsa reduziu para 19,3 milhões de hectares sua estimativa para as áreas de soja no país este ano.
A revisão refletiu também em um declínio para 1,35 milhão de hectares sobre a estimativa de semeadura para o sudeste da província de Buenos Aires, onde a seca impediu que os produtores fizessem planos de plantio. A janela de plantio nesta área já se encerrou.
No entanto, a cifra final de plantio no país vizinho dependerá do progresso das chuvas "abundantes" mais ao norte que "atrasaram a finalização da semeadura no centro do cinturão de soja", onde os produtores ainda possuem um pouco mais de tempo para finalizar o plantio.
Inundações: grande preocupação
"A evolução do clima será fundamental para permitir a finalização do plantio no centro da região agrícola durante as próximas duas semanas", disse a BCBA.
Ela destacou principalmente a situação das partes centrais de Entre Rios, onde as "chuvas abundantes" causaram inundações e perda de culturas em áreas baixas.
As fortes chuvas caíram sobre a Argentina central nas últimas duas semanas, com precipitações de 100mm a 200mm no sul de Córdoba, no sul de Santa Fé, em Entre Rios e no extremo norte de Buenos Aires.
"Enquanto as chuvas intensas acabaram com a preocupação com a seca nessas áreas, agora elas trouxeram uma nova preocupação, com umidade e enchentes, o que pode levar a uma redução da área plantada de soja, particularmente no sul de Santa Fé".
Mais chuva à vista
O serviço de meteorologia MDA prevê que haverá mais chuva - embora as chuvas devam ser mais pesadas ao norte, onde a umidade é menos importante.
"Enquanto os produtores aguardam chuvas adicionais na Argentina central neste fim de semana e no início da próxima semana, as chuvas mais fortes deverão mudar para o norte da Argentina e também para o extremo sul do Brasil nos próximos 10 dias", disse Kyle Tapley, da MDA.
"Isso deve permitir que a umidade, lentamente, seja um problema resolvido na região central da Argentina".
Impacto sobre os preços
A diminuição da área pela BCBA colabora, diretamente, para novos patamares na Bolsa de Chicago (CBOT).
"Depois de um início seco para o plantio, a Argentina agora está debaixo d'água. É bom lembrar que as chuvas de abril no ano passado levaram a soja de US$ 8,50 a US $12 o bushel em apenas três meses", disse Kim Rugel, da Benson Quinn Commodities.
Os investidores têm, então, a volta da adição de prémio de risco climático ao mercado.
No entanto, as estimativas de redução variam bastante. A Bolsa de Comércio de Rosário diz que cerca de 100.000 hectares de terras na zona núcleo foram colocados em risco por conta das chuvas, enquanto o analista Dr. Michael Cordonnier disse que, no pior cenário, cerca de 1 milhão de hectares serão perdidos na Argentina.
Tradução: Izadora Pimenta
0 comentário

Trump acentua volatilidade e soja em Chicago tem dia de falta de direcionamento; BR continua valorizado

Soja devolve altas em Chicago, após Trump anunciar China com novas tarifas de até 50%

Soja continua subindo em Chicago, apesar de informações desencontradas sobre pausa nas tarifas de Trump

Paralisação de fábricas da processadora de soja argentina Vicentin afeta pagamentos de março

Produção de soja na Serra Catarinense deve crescer 28% este ano

AgRural: Colheita de soja do Brasil vai a 87% da área