Soja volta a intensificar suas altas em Chicago com eleições nos EUA, demanda e espera pelo USDA

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a intensificar seu movimento de altas na sessão desta terça-feira (8) e, por volta das 13h (horário de Brasília), os ganhos passavam de 14 pontos nos principais contratos. A posição maio/17, indicativo para os negócios com a oleaginosa do Brasil, valia US$ 10,25 por bushel.

O dia é de volatilidade para o mercado internacional, uma vez que acontece hoje a eleição presidencial norte-americana, marcada por uma corrida acirrada entre Donald Trump e Hillary Clinton este ano. A ligeira vantagem da democrata, no entanto, parece trazer um fôlego aos investidores, que se mostram mais aptos ao risco, o que motiva os ganhos não só entre a soja, mas também entre as demais commodities. 

E paralelo à influência do financeiro sobre o mercado internacional da soja, os fundamentos de demanda também seguem dando importante sustentação às cotações em Chicago. Os futuros do óleo de palma subiram de forma muito expressiva, frete os problemas de produção, principalmente na Malásia, nesta terça e atingiram suas máximas em dois anos. Assim, o óleo de soja - que vem sendo importante direcionador para os preços dos grãos nos últimos dias - avança em Chicago também. A posição janeiro/17 ultrapassava os 35 cents de dólar por libra-peso. 

Os números dos embarques semanais norte-americanos foram, mais uma vez, bastante fortes, de acordo com o boletim divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), além das vendas adicionais diárias que também vêm sendo reportadas. Nesta segunda, os embarques vieram registrados em 2,6 milhões de toneladas. "Este é o terceiro melhor número de embarques do ano e a quarta semana consecutiva com volumes acima de 2,5 milhões de toneladas", explica  Joe Lardy, analista da CHS Hedging em entrevista ao Agrimoney. 

O USDA anunciou, também nesta terça, a venda de mais 116,1 mil toneladas de farelo de soja. O destino foi a República Dominicana e todo o volume refere-se à temporada 2016/17. Essa é a segunda venda do derivado na semana, já que nesta segunda (7), foi anunciada a operação com 135 mil toneladas para as Filipinas. 

Ainda nesta terça-feira, o andamento das cotações segue influenciado pelas especulações sobre o boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz amanhã. Embora se espere uma revisão para cima na safra americana, a demanda também deverá ser elevada, de acordo com as primeiras expectativas, o que poderia, como explicam analistas e consultores, manter os estoques finais americanos ou até mesmo reduzi-los. 

Preços nos portos do Brasil

Enquanto os futuros da soja avançam bem em Chicago, o dólar frente ao real opera com estabilidade e movimentações bem pouco expressivas, com o mercado exibindo cautela durante as eleições americanas. Assim, por volta das 13h30 (Brasília), a moeda caía apenas 0,08% para R$ 3,202. 

"A trajetória da moeda, deve ser definida apenas quando Wall Street pegar tração", comentou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, em entrevista à agência de notícias Reuters.

Assim, pouca movimentação também entre os preços da soja no Brasil. Em Rio Grande, a oleaginosa disponível valia R$ 76,50, com sua referência estável, enquanto no mercado futuro a cotação subia 0,64% para R$ 79,00 por saca.