Soja: Demanda dá suporte aos preços na CBOT nesta 3ª e ainda pode elevar cotações, diz consultor
Em mais um pregão de volatilidade, os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) finalizaram a terça-feira (25) bem próximos da estabilidade. Apesar das oscilações, as principais posições da commodity se mantiveram acima do importante patamar de US$ 10,00 por bushel. O maio/17 finalizou o dia a US$ 10,16 por bushel, com ganho de 0,75 pontos. Apenas o novembro/16 apresentou queda de 1,25 pontos, negociado a US$ 9,90 por bushel.
Para o consultor de mercado do SIMConsult, Liones Severo, o mercado já precificou a safra 2016/17 dos EUA e já chegou recentemente ao piso, de US$ 9,50 por bushel. "A demanda é instalada e se sobrepõe aos preços de Chicago. A demanda mundial cresce 7% ao ano e é ela que mede o tamanho da oferta", pondera o consultor.
Ainda nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 516 mil toneladas de soja para a China. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2016/17. Somente na semana anterior, o órgão divulgou a venda de 1.083,5 milhão de toneladas do grão.
"Temos até esse momento cerca de 32 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos já comprometida, número 26% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado”, explica Severo.
Para essa temporada, as projeções do USDA para as exportações de soja estão próximas de 55,11 milhões de toneladas. "Então, já temos 60% da safra vendida e ainda faltam 42 semanas para terminar o ano comercial. E se o país continuar embarcando nesse ritmo, a safra poderá se esgotar em dezembro, janeiro, eventualmente em fevereiro", diz o consultor.
Enquanto isso, a colheita nos EUA atingiu o nível de 76% até o último domingo, conforme dados do USDA. O número ficou levemente acima das apostas do mercado, de 75%. Porém, no mesmo período do ano anterior, a colheita estava em 84%.
Mercado brasileiro
No Brasil, as cotações da soja registraram ligeiras oscilações ao longo desta terça-feira (25). No Oeste da Bahia, o valor da saca da oleaginosa caiu 1,52% e fechou o dia a R$ 64,75. No Paraná, nas praças de Ubiratã e Londrina, as cotações cederam 0,75% e encerraram o dia a R$ 66,00 a saca. Na região de Jataí (GO), o ganho foi de 0,31%, com a saca da soja a R$ 65,00.
Nos principais portos, as cotações se mantiveram estáveis, segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. No terminal de Rio Grande, o disponível caiu 1,76%, com a saca da soja a R$ 72,70. O valor futuro recuou 0,26%, com a saca do grão a R$ 77,30.
"Acredito que a partir de US$ 10,50 por bushel é um valor que o produtor brasileiro deve estar atento. É um ponto de equilíbrio do mercado. E, se tivermos algum problema na América do Sul, uma perda de 5 milhões de toneladas, os preços podem disparar e retornar ao patamar de US$ 12,00 por bushel", reforça Severo.
No Brasil, em torno de 26,4% da área esperada para a safra 2016/17 já foi semeada, segundo levantamento da agência Safras & Mercado. "Os meteorologistas dizem que a América do Sul receberá chuvas regulares ao longo da próxima quinzena, o que deverá manter os solos favoráveis ao plantio", disse o CBA Tobin Gorey, ao Agrimoney.com.
Dólar
O dólar caiu 0,46% nesta terça-feira e fechou o pregão a R$ 3,1065 na venda. Segundo a agência Reuters, o câmbio foi influenciado "pelo fluxo contínuo de ingresso de recursos do exterior, que ofuscou os movimentos pontuais de compra vistos mais cedo diante das baixas cotações da moeda norte-americana".
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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