Com impostos mantidos, soja perde ainda mais espaço na Argentina
Maurício Macri está entre a cruz da popularidade e a espada do arrocho fiscal. Logo que assumiu o governo, em dezembro de 2015, o presidente argentino acabou com as taxas sobre as exportações de milho, trigo e outros produtos agropecuários, e começou uma redução gradativa no imposto sobre a soja. De início, as “retenções”, como ficaram conhecidos esses tributos, caíram de 35% para 30%, com a promessa de chegar a zero em sete anos.
Ao mesmo tempo em que ganhou a simpatia do campo, o governante viu crescer a pressão vinda de outros setores, como a indústria, ansiosos por uma fatia do bolo, enquanto na cidade a inflação já passa dos 40%. A paisagem, dramática feito um tango que se dança nas ruas de Buenos Aires, levou a uma mudança de planos para aumentar a arrecadação: a diminuição gradual das retenções da soja, que deveria começar em 2017, acabou ficando para 2018.
E agora, mesmo no campo e embora ainda tenha crédito, Macri já sente que, dependendo do ritmo da música, pode vir a perder o passo. “Os dirigentes do campo acompanharam a medida, mostraram compreensão. Mas, entre os produtores, houve uma reação negativa, uma decepção”, opina o economista argentino Guillermo Rossi, da Big River Consultoria. Rossi, no entanto, acredita que a insatisfação é passageira e o presidente deve seguir com a preferência do agronegócio local, por conta dos benefícios já concedidos. “Creio que Macri perde um pouco da sua boa reputação, mas não vejo líderes políticos que possam superá-lo”, acrescenta.
Leia a notícia na íntegra no site Gazeta do Povo.
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