Soja: Mercado fecha com leves baixas nesta 3ª, mas mantém patamar dos US$ 10 em Chicago
O mercado da soja, na sessão desta terça-feira (16), fechou o dia em queda na Bolsa de Chicago, mas bem próximo da estabilidade e ainda com as principais posições se mantendo no patamar dos US$ 10,00 por bushel. As baixas ficaram entre 1,50 e 4,25 pontos, com o setembro/16 valendo US$ 10,19 e o novembro/16, referência para a safra americana, em US$ 10,07 por bushel.
O analista de mercado Marcos Araújo, da Lansing Trading Group, explica que o complexo soja tem agora no óleo seu elo mais forte e que vem dando consistente suporte aos futuros da cadeia. As altas do derivado, somente nesse mês de agosto, são bastante expressiva e na sessão desta terça-feira, os ganhos foram de pouco mais de 0,5%.
"Os maiores produtores mundiais de óleo de palma, Indonésia e Malásia, estão com problemas de oferta e, por isso, têm estoques abaixo da média histórica, o que puxa a demanda pelo óleo de soja. Os países estão buscando óleos vegetais", explica Araújo. E a demanda tem sido bastante grande, principalmente por parte da China.
Além da demanda pelo óleo, a soja em grão continua registrando bons negócios, contribuindo para a força da demanda. Nesta terça-feira, o USDA já trouxe o anúncio de uma nova venda da oleaginosa de 119 mil toneladas de soja para a China.
Ao lado das informações da demanda, há ainda a questão climática e o excesso de chuvas que começa a ser registrado em alguns pontos do Meio-Oeste dos Estados Unidos, o que também tem sido importante para ajudar na reação das cotações, ainda como explica o analista da Lansing. "Há expectativa desse clima chuvoso podendo comprometer a soja e também dificultando todo o escoamento do que vem pela frente, principalmente com o início da colheita no Sul dos EUA", diz o executivo.
Entretanto, o analista afirma ainda que este é um momento delicado para o mercado, já que há duas frentes fortes brigando pela atenção dos traders. "Colocando as peças no tabuleiro, temos a expectativa desse clima chuvoso, que dá sustentação ao mercado, vinculada a essa demanda por soja em grão devido a ausência das exportação brasileiras e argentinas. E temos também o óleo de soja, auxiliado pela falta do óleo de palma", diz. "Porém, cortando essas previsões de chuva, o mercado pode voltar a dar uma recuada, mas não acredito que Chicago possa voltar a recuar tão fortemente", completa.
Mercado Nacional
Nesta terça-feira, os preços da soja no mercado disponível brasileiro subiram em praticamente todas as principais praças de comercialização do interior e registraram ganhos entre 1,39% - como Tangará da Serra/MT, para R$ 73,00 por saca - e 2,70% em Sorriso, também em Mato Grosso, para R$ 76,00.
Entretanto, os negócios está travado neste momento dado o spread grande, ou seja, a diferença, entre o preço de compra que as tradings estão praticando e a oferta do produtor rural, ainda segundo explica Marcos Araújo, e que estaria em cerca de R$ 3,00 por saca. "Vimos que essa movimentação brusca do dólar deixou muitos produotores sem um direcionador, acreditando que esse dólar possa voltar a recuperar", relata.
Nesta terça-feira, a moeda norte-americana conseguiu fechar o dia com alta de 0,17% para R$ 3,1940, depois de operar boa parte do dia, mais uma vez, em campo negativo.
"O dólar começou o dia em baixa seguindo o exterior, mas voltou um pouco com os comentários do Dudley (presidente do FED de Nova York sobre a possibilidade de uma alta nos juros americanos no próximo mês). Vamos ter que esperar para ver, o mercado tende a ficar de lado enquanto não tivermos novidade no cenário local, com o fiscal ou a política", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira em entrevista à agência de notícias Reuters.
Ainda nesta terça, os preços da soja nos portos do Brasil registram leves baixas. Em Paranaguá, queda de 0,60% para R$ 82,50 no disponível e estabilidade em R$ 79,00 no futuro. Já em Rio Grande, baixa de 0,90% no disponível, para R$ 80,50, e futuro estável, com R$ 79,50 por saca.
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