Soja: Mercado sobe nesta manhã de 4ª feira com correção técnica na Bolsa de Chicago
Os preços da soja sobem na Bolsa de Chicago na manhã desta quarta-feira (3). Após duas sessões consecutivas de baixas, os fundos parecem aproveitar os recuos para recompor parte de suas posições, de acordo com informações de agências internacionais. Assim, por volta de 7h55 (horário de Brasília), os ganhos subiam entre 8,25 e 10,25 pontos, levando o novembro/16 a US$ 9,61 por bushel.
"Os futuros da soja, do trigo e do milho estão encontrando suporte na 'busca de barganhas' e nas compras técnicas (por parte dos fundos) depois de pressão causada sobre as cotações pelas perspectivas de uma grande safra vinda dos Estados Unidos", explica o agroeconomista ABN AMRO Bank, Frank Rijkers, à agência de notícias Reuters.
Ao mesmo tempo, a pressão trazida pelas boas condições de clima no Meio-Oeste americano reforçam as projeções de uma safra recorde nesta temporada 2016/17 e, frente a isso, a influência do mercado climático até que o seu desenvolvimento se consolide, em cerca de mais cinco semanas, como explicam analistas.
Segundo o executivo do ABN, as preocupações com o clima em determinados momentos do desenvolvimento da nova safra americana já foram amenizados nos últimos dias, principalmente depois que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou para 72% seu índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições.
"Acredito que a força de hoje vem dessa procura dos fundos por barganhas e não de qualque mudança entre os fundamentos neste momento. Os fatores negativos parecem ser, no curto prazo, dominantes já que continuam as previsões de uma grande safra vinda dos EUA", diz Rijkers.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja fecha em queda na CBOT com combinação de financeiro avesso ao risco e clima bom nos EUA
O mercado internacional da soja fechou a sessão desta terça-feira (2) em queda na Bolsa de Chicago e novamente foi pressionado pelas perspectivas de uma boa safra vinda dos Estados Unidos. As posições mais negociadas na CBOT terminaram os negócios perdendo entre 7,75 e 10,75 pontos, com o novembro/16, que é referência para a nova temporada americana, a terminara o dia com US$ 9,54 por bushel. Na mínima do pregão, o contrato foi a US$ 9,43.
Analistas nacionais e internacionais seguem afirmando que as projeções para a nova safra norte-americana de soja se fortalecem diante dessas codições favoráveis de clima no Meio-Oeste americano e com as previsões indicando, para as próximas semanas, um quadro que ainda favorece o bom andamento das lavouras americanas.
"Esse é um momento em que o mercado em Chicago está precificando uma safra cheia nos Estados Unidos", explica o analista de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França Junior, com números que poderiam variar entre 107 milhões e 108 milhões de toneladas. O último número do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é de pouco mais de 105 milhões de toneladas e os novos dados saem no próximo dia 12.
Ao lado desse ambiente de auge do mercado climático norte-americano, os futuros da soja na Bolsa de Chicago sentiram a pressão também de um cenário macroeconômico mais preocupante neste momento, ainda de acordo com o analista, que inspira a aversão ao risco e faz com que os investidores busquem ativos mais seguros, se distanciando de algumas commodities, principalmente as agrícolas.
E também como explica França, os fundos de investimentos permanecem acompanhando todos esses fatores e, consequentemente, liquidando boa parte de suas posições. "É um momento de pressão, negativo, nessa combinação de variáveis e os preços podem cair um pouco mais", acredita o analista.
No entanto, afirma ainda que o "mercado perdeu o suporte porque as previsões de calor forte, poucas chuvas e das ondas de calor nos EUA não estão se confirmando, e enquanto esse padrão de clima se mantém, não tem como o mercado reagir". Afinal, faltam ainda cerca de cinco semanas para a conclusão do ciclo de produção da soja no país e, durante esse intervalo, segue a influência do clima no andamento dos preços.
Ainda nesta terça-feira, o USDA trouxe também um novo anúncio de vendas dos EUA, neste caso para a China, de 252 mil toneladas de soja em grão da safra nova. Este já é o segundo anúncio da semana, sendo que nesta segunda (1), reportou a venda de 391 mil toneladas também da safra nova.
A demanda, ainda como explicam analistas e consultores de mercado, segue forte, porém, assumem um papel menor neste momento dos negócios, em que o cenário climático ainda domina o andamento dos preços. reços no Brasil.
Mercado Interno
Mais uma vez, com o recuo dos preços em Chicago, o mercado brasileiro foi abalado e fechou mais um dia com perdas na maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. A pressão veio ainda do câmbio, que permanece em baixa frente ao real, e catalisa o peso do recuo do mercado internacional.
Por outro lado, o que dá suporte para as cotações, porém, de forma regionalizada, é a relação apertada de oferta e demanda que vem sendo observada internamente, além da postura dos produtores brasileiros que continua retraída e evitando novas vendas nos atuais níveis de preços.
Assim, no interior do Brasil foram registradas perdas de 0,72% a 16,46% nos principais estados produtores e os valores voltaram a testar referências abaixo dos R$ 70,00 em boa parte do país. A exceção nesta terça-feira foram Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, onde o preço subiu 2,94% para R$ 70,00 por saca, e a região Oeste da Bahia, com alta de 1,09% parar R$ 68,00.
Para os portos, as referências não obedeceram um movimento uniforme nesta terça-feira, mas os preços também não se mostram atrativos para os sojicultores brasileiros, segundo relatam analistas e consultores. Em Paranaguá, a soja disponível foi a R$ 82,00 por saca, registrando uma baixa de 1,20%, enquanto a da nova safra caiu 0,63% para terminar o dia com R$ 78,50. Já em Rio Grande, R$ 79,50 no disponível, com alta de 0,13%, e para o produto da próxima temporada, R$ 77,50 e perda de 0,64%.
"Nesses próximos dois meses, devemos ter um mercado mais próximo da estabilidade, sem espaço para grandes mudanças porque estamos em cima da safra americana. Setembro é o final da fase de desenvolvimento e início da colheita das lavouras americanas e, passando esse período, o mercado deve se desligar mais dos EUA e aí sim poderemos ter uma pressão do consumo local para a soja do mercado interno. Vai se descobrir que temos pouca soja, vai haver pressão (dos compradores) e talvez e os produtores possam ter cotações melhores", diz Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
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