Soja: Mercado tem dia de volatilidade na Bolsa de Chicago, mas fecha 5ª feira em campo positivo

Publicado em 21/07/2016 17:10

O mercado internacional da soja fechou a sessão desta quinta-feira (21) em alta, após mais um dia de presente volatilidade. As posições mais negociadas fecharam os negócios com ganhos variando entre 3,50 e 5,50 pontos, com o novembro/16, que é referência para a nova safra dos EUA, valendos US$ 10,12 por bushel. 

Segundo explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o pequeno avanço registrado pelos preços neste pregão encontrou sustentação nos bons números das vendas semanais para exportação trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com um volume acima das expectativas para o grão e farelo. 

O reporte informou que, na semana encerrada em 14 de julho, as vendas semanais de soja totalizaram 1.326,6 milhões de toneladas, contra expectativas de 800 mil a 1,2 milhão de toneladas. Da safra 2015/16 foram 325 mil toneladas, 11% a menos do que na semana anterior, com a maior parte destinada à China. Já da safra 2016/17, foram vendidas 1.001,6 milhão de toneladas. 

Entre os derivados de soja, o USDA informou as vendas de farelo em 210,6 mil toneladas - frente expectativas de 60 mil a 200 mil toneladas - sendo 150,4 mil da safra velha e mais 60,2 mil da safra nova. Os principais compradores, neste caso, foram o Peru e destinos não revelados, respectivamente. 

Apesar disso, Motter chama atenção para a relação entre as vendas e os embarques norte-americanos neste momento. "As vendas estão acima do registrado no ano passado, porém, os embarques norte-americanos estão atrasados em relação à temporada anterior em um volume significativo - em cerca de 3,6 milhões de toneladas - e o fato de embarcar menos agora faz com que os estoques, lá na frente, não fiquem tão ajustados como se espera agora, embora haja os compromissos de venda", explica. 

Ainda como fator de sustentação para as pequenas altas desta quinta, o analista indica alguns movimentos de compra de posições por parte dos fundos de investimento após as baixas severas das últimas semanas. "O mercado já caiu muito e está em suas mínimas de dois meses e meio", diz Motter. 

Ao mesmo tempo, porém, o mercado climático norte-americano segue se desenvolvendo e está próximo de seu auge para a soja, já que agosto é o mês determinante para a cultura nos Estados Unidos. E as perspectiva, até esse momento, é de uma grande safra 2016/17, podendo passar de 105 milhões de toneladas.  Até o último domingo (17), 71% dos campos norte-americanos estavam em boas ou excelentes condições, de acordo com informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Novos números chegam na próxima segunda-feira (25). 

Enquanto a definição ainda está um pouco distante, o mercado trabalha com as previsões climáticas indicando um calor ainda muito intenso para os próximos dias, com temperaturas ultrapassando os 40ºC no Corn Belt, enquanto para a próxima semana os indicativos já são de uma cenário com temperaturas mais amenas. As chuvas, apesar de estarem abaixo da média, chegam de forma adequeada à favorecer o desenvolvimento da nova safra americana. "E por conta do clima, ainda espero muita volatilidade para esse mercado pela frente", conclui Camilo Motter. 

Mercado Nacional

Com as cotações positivas em Chicago e o dólar que, no final do dia intensificou suas altas e subiu mais de 1% frente ao real, os preços da soja subiram nos portos do Brasil nesta quinta. Em Paranaguá, 1,19% de ganho para R$ 85,00 por saca, no disponível, enquanto em Rio Grande a alta foi de 1,22% para R$ 82,70. Já no mercado futuro, com soja a ser embarcada entre abril e maio de 2017, os avanços foram de, respectivamente, 1,23% a 0,99%, para R$ 82,00 e R$ 81,30 por saca. 

Em contrapartida, no interior do país, nas praças onde as cotações não permaneceram estáveis, recuaram. Em Sorriso/MT, baixa de 1,96% para R$ 75,000; em Ubiratã/PR, 1,36% para R$ 72,50 e Panambi/RS, R$ 73,02, caindo 1,38%. 

Clique no  link abaixo e confira as cotações desta quinta-feira na íntegra:

>> Mercado da Soja

Os negócios, entretanto, permanecem acontecendo de forma pontual, com os produtores aproveitando para vender o que há de remanescente da safra 2015/16 de forma parcelada, nas melhores oportunidades de negócios. Boa parte desses bons momentos que surgem para os sojicultores brasileiros vêm da relação ajustada de oferta e demanda que já vem sendo registrada no Brasil, dada a baixa disponibilidade de produto,  e dos prêmios fortes que são pagos nos terminais de exportação - superando os US$ 2,00 por bushel acima dos preços de Chicago - e no interior brasileiro, especialmente, como explicam analistas e consultores, nas regiões onde a atividade industrial de processamento da oleaginosa é mais forte e busca matéria-prima com maior pressão. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário